O Supremo Tribunal de Espanha decidiu esta quinta-feira retirar o pedido de extradição contra o ex-líder da Catalunha, Carles Puigdemont, que se encontra fugido na Alemanha desde a consulta independentista do ano passado.
A decisão surge uma semana depois de a Justiça alemã ter anunciado que aceita extraditar Puigdemont com base nas acusações de gestão danosa de fundos públicos na organização daquele referendo - interditado pelo Governo central e pelo Supremo espanhóis. Berlim recusou-se, contudo, a extraditar o ex-líder catalão com base na acusação mais gravosa interposta pela alta instância espanhola, a de rebelião.
Reagindo oficialmente a estas decisões, o juiz do Supremo responsável pelo processo declarou hoje que não aceita a extradição de Puigdemont para ser julgado apenas por alegada gestão danosa de fundos.
Para Pablo Llarena, a sua capacidade como instrutor do processo ficou enfraquecida pelas decisões do tribunal alemão, que acusa de falta de compromisso relativamente a um crime que é a base de todos os processos movidos contra líderes dos movimentos pela independência da Catalunha envolvidos na organização da consulta de 1 de outubro.
O juiz espanhol também assumiu que prefere manter a capacidade de julgar Puigdemont pelo crime de rebelião, algo que só será possível quando o ex-líder catalão abandonar a Alemanha e der entrada noutro país com o qual Espanha tenha acordos de extradição em vigor.