A mãe de Alexei Navalny afirmou que foi "chantageada" pelas autoridades russas a fazer um "funeral secreto". Num vídeo publicado no canal do falecido ativista, Lyudmila Navalnaya confirmou que já viu o corpo do filho.
O relatório médico apresentado pelas autoridades russas indica que o líder da oposição russa morreu de causas naturais, mas os restos mortais do corpo não serão entregues a Lyudmila Navalnaya caso esta não concorde com um "funeral secreto". A mãe de Navalny afirma que foi "secretamente" levada a uma morgue na quarta-feira à noite, onde assinou o certificado de óbito do filho.
A mãe de Alexei Navalny disse que as autoridades locais russas de Salekhard, que estão legalmente obrigadas a entregar o corpo do filho, se recusavam a fazê-lo a menos que esta concordasse com a realização de um "funeral secreto", e que, caso contrário, "fariam algo com o corpo do seu filho".
"Eles querem levar-me para a periferia do cemitério, para uma sepultura recente, e dizer: 'Aqui jaz seu filho'", disse.
Na terça-feira, Lyudmila Navalnaya tinha já feito um apelo ao presidente russo para que pudesse ter acesso aos restos mortais do filho, e enterrá-lo.
Alexei Navalny morreu a 16 de fevereiro. O ativista foi envenenado com o agente nervoso Novichok em agosto de 2020 por uma equipa dos serviços secretos russos, mas recuperou na Alemanha.
Quando voltou à Rússia, em 2021, foi detido por violar a liberdade condicional a que estava sujeito. Em fevereiro desse ano, foi condenado a dois anos e meio de prisão, e em março de 2022 foi condenado a mais nove anos, acusado de peculato e desobediência ao tribunal. Em agosto de 2023 surgiu uma nova pena, de 19 anos de prisão, numa colónia de "regime especial", por incitar atividades extremistas.
Depois de três semanas desaparecido, foi descoberto que Navalny tinha sido transferido para uma prisão na Sibéria, onde morreu.