A Organização Mundial do Movimento Escuteiro (OMME) e a Associação Mundial de Guias (WAGGGS) estão nomeados para o Prémio Nobel da Paz 2021, pela contribuição global para a paz e o diálogo.
A indicação ao Nobel da Paz foi feita por Solveig Schytz, ex-chefe das Guias da Noruega e atual membro do Partido da Liberdade norueguês.
“O Movimento Escutista tem como objetivo dar aos jovens as ferramentas de que precisam para resolver os desafios do futuro, enquanto constrói uma sociedade civil forte. Este trabalho é vital para a paz mundial. Assim sendo, e uma vez que os eventos relacionados ao escutismo são pilares de colaboração intercultural e construção da paz, faz todo o sentido esta nomeação”, argumenta Solveig Schytz.
Para o chefe nacional do Corpo Nacional de Escutas (CNE), Ivo Faria, a nomeação “já era merecida há muitos anos”.
“É muito importante, expressa o reconhecimento de um caminho feito, se calhar mais até do que se ganhar ou não se ganhar o Nobel, achamos que é um reconhecimento muito justo por um trabalho mais do que centenário em prol da juventude e da sociedade do mundo inteiro”, afirma à Renascença Ivo Faria.
O chefe nacional dos escuteiros católicos portugueses lembra que são “milhões e milhões de escuteiros e de muitos voluntários espalhados por todo o mundo que, ao longo de tantas gerações, têm ajudado as crianças e os jovens a conviverem uns com os outros, a conviverem com as suas comunidades e a construírem comunidades mais justas, mais felizes”.
“E o toque é o da promoção da paz”, assinala o responsável, realçando que os escuteiros promovem este valor desde há 120 anos, altura em que a paz “não estava na agenda de nenhum político, nem de nenhum ideólogo”.
A simples nomeação para o Prémio Nobel da Paz 2021, no entender de Ivo Faria, traz ao movimento escutista “uma maior responsabilidade no sentido de chegar a cada vez mais crianças e a mais jovens”.
“O escutismo está presente em quase todos os países do mundo, atravessa religiões, formas de estar, regimes políticos, atravessa quase tudo o que nós consigamos imaginar e torna tantos meninos e meninas irmãos uns dos outros neste ideal. O objetivo continuará a ser levar estes princípios, esta forma de estar a cada vez mais crianças e jovens”, assinala o diretor nacional do Corpo de Escutas.
Mais de 50 milhões de escuteiros no mundo
Desde a sua fundação em 1907, por Robert Baden-Powell, que os movimentos escutistas, um pouco por todo o mundo, ensinam aos jovens os valores do respeito e dever para com os outros.
Estes movimentos motivam os jovens a capacitarem-se com qualidades, como a liderança, e com habilidades, como a paz e compreensão mútua, para que possam estar ao serviço das suas comunidades.
Nos últimos 10 anos, a iniciativa dos Mensageiros da Paz do Escutismo Mundial conseguiu realizar mais de 16 milhões de projetos e ações locais a nível nacional, regional e mundial.
O Escutismo é uma fraternidade mundial que “não olha a diferenças, existindo escuteiros em todos os continentes e de todas as religiões”.
O movimento escutista está presente em cerca de 200 países e territórios e o número de membros em todo o mundo ronda os 50 milhões, sendo coordenado pela Organização Mundial do Movimento Escutista (OMME ou WOSM, em inglês).
Esta dimensão permite a existência de atividades internacionais e de conhecer jovens e culturas de todo o mundo, onde "existe a possibilidade de sentir esta que é a magia única de pertencer a esta Fraternidade e de estar em comunhão com milhões de pessoas com os mesmos ideais".