Os talibãs anunciaram esta terça-feira a composição do novo Governo interino do Afeganistão, uma semana após a retirada das forças internacionais do país.
O mullah Mohammad Hassan Akhund, um dos mais destacados líderes do movimento talibã, será o primeiro-ministro do executivo, revelou o porta-voz Zabihullah Mujahid.
O "número dois" do novo Governo talibã será o mullah Abdul Ghani Baradar, cofundador dos chamados "estudantes de teologia" que querem impor a sua versão extremista da lei islâmica, a sharia, no Afeganistão.
O Ministério do Interior ficará entregue a Sarajuddin Haqqani, chefe da Rede Haqqani, que integra a lista dos Estados Unidos de organizações terroristas.
Sarajuddin Haqqani é procurado pela agência de segurança federal norte-americana FBI. Oferece cinco milhões de dólares por informações que levem à captura do novo ministro afegão.
"Acredita-se que Haqqani permaneça no Paquistão, especificamente na área de Miram Shah, Waziristão do Norte, Paquistão. Ele é supostamente um líder sénior da Rede Haqqani e mantém laços estreitos com os talibãs e a Al-Qaeda. Haqqani é um terrorista global especialmente designado", refere o FBI.
O Ministério da Defesa fica entregue a Mohammad Yaqoob, o filho doe mullah Omar, o falecido líder original dos talibãs.
A cúpula do novo Governo é composta por caras conhecidas dos talibãs e não há sinais de haver figuras que não integrem o movimento radical islâmico.
O novo Governo interino do Afeganistão é conhecido poucas semanas depois dos talibãs tomarem o poder e acabarem com duas décadas de intervenção das forças lideradas pelos Estados Unidos.
"Sabemos que as pessoas do nosso país aguardavam por um novo Governo", declarou o porta-voz Zabihullah Mujahid.
Os talibãs prometeram um Governo "inclusivo", representativo da variedade étnica do país.