A ONU confirma que 6.919 civis foram mortos e 11.075 ficaram feridos na Ucrânia desde que a invasão pela Rússia, a 24 de fevereiro de 2022.
No entanto, o Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos sublinhou que estes números estão muito aquém dos reais, especialmente nas regiões onde os combates são mais intensos e onde o trabalho de monitorização dos observadores da organização é mais difícil.
De 24 de fevereiro do ano passado até 2 de janeiro deste ano, foi possível identificar 2.737 homens, 1.842 mulheres, 216 meninos e 175 meninas entre os mortos.
Em pouco mais de dez meses de guerra, a organização identificou igualmente 2.401 homens, 1.729 mulheres, 321 meninos e 233 meninas feridos.
Nas regiões separatistas pró-russas de Donetsk e Lugansk, no leste do país, registou-se, nestes dez meses, o maior número de vítimas confirmadas pela ONU: 4.062 mortos e 5.674 feridos.
Destes, 3.576 foram mortos e 4.024 feridos em território controlado pelo Governo ucraniano, enquanto 486 morreram e 1.650 ficaram feridos em território controlado pelas forças russas e por grupos armados a elas associados.
Noutras zonas da Ucrânia, entre as quais a capital, Kiev, e as regiões de Cherkasy, Chernigiv, Ivano-Frankivsk, Kharkiv, Kherson, Kirovohrad, Mykolaiv, Odessa, Sumi, Zaporijia, Dnipropetrovsk, Khmelnytskyi, Poltava, Rivne, Ternopil, Vinnytsia, Volyn e Zhytomyr — sob controlo das autoridades ucranianas quando estas baixas ocorreram -, a ONU contabilizou 2.857 mortos e 5.401 feridos.
No último mês de 2022, a ONU registou 188 mortos e 613 feridos na Ucrânia, o que representa um aumento de 15,4% em relação à anterior contagem mensal de vítimas do conflito.
A maioria dos ataques (86%) ocorreu nas regiões do país controladas pelo Governo ucraniano, ao passo que cerca de 14% tiveram como palco as regiões de Donetsk e Lugansk, ocupadas pela Rússia.
Segundo a organização, 93% das vítimas morreram ou ficaram feridas em bombardeamentos e as restantes devido à detonação de minas antipessoais e outros tipos de explosivos.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro do ano passado pela Rússia na Ucrânia causou também a fuga de mais de 14 milhões de pessoas — 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 7,8 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Neste momento, 17,7 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.
A invasão russa — justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.