Este desfecho já era esperado, como tinha avançado a Renascença na passada semana, face ao posicionamento público tomado pelos vários partidos.
Já o envio de questões para o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, gerou consenso entre os diferentes grupos parlamentares e recebeu “luz verde”.
O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, assegura que vai responder às perguntas enviadas pelos deputados sobre o caso BES, mas crê que não terá muito a acrescentar aquela que é a posição conhecida do Governo português.
"Não creio que tenha muito a acrescentar mas não deixarei de responder aos senhores deputados, evidentemente", respondeu Passos Coelho aos jornalistas, em Santa Maria da Feira.
O primeiro-ministro recordou que não vê "nenhum problema em responder às questões que os senhores deputados queiram formular sobre essas matérias".
"Temo que a minha capacidade para poder acrescentar alguma informação relevante seja muito limitada porque no essencial é conhecida a posição do Governo português. Ela tem sido aliás expressa pela ministra de Estado e das Finanças e nas oportunidades que tive, a pedido do doutor Ricardo Salgado, de o ouvir quando ele o solicitou, foi transmitida uma posição que não é diferente daquela que a ministra das Finanças transmitiu e que é conhecida do resto do país, enfatizou.
Nos requerimentos apresentados, os partidos da oposição reclamavam que Cavaco prestasse esclarecimentos por escrito sobre reuniões tidas com o ex-líder histórico do BES em 2014.
O antigo presidente executivo do BES Ricardo Salgado reuniu-se duas vezes em 2014 com o Presidente da República tendo alertado Cavaco Silva sobre os "riscos sistémicos" envolvendo o GES e o BES, disse o ex-banqueiro em carta endereçada à comissão parlamentar de inquérito.
Na missiva, conhecida na quinta-feira, Ricardo Salgado diz que se reuniu, a 7 de Abril, com o primeiro-ministro. No dia seguinte o ex-banqueiro esteve com a ministra das Finanças, e a 22 de Abril deu-se uma reunião com o agora ex-presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso.
No segundo leque de reuniões, em maio, Ricardo Salgado esteve reunido com o ex-secretário de Estado e actual comissário europeu Carlos Moedas no dia 2, com o Presidente da República a 6, com a ministra das Finanças e o primeiro-ministro a 14, e com o vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, no dia 20.
Também em Maio deu-se outra reunião com Durão Barroso que Ricardo Salgado não consegue precisar a data.
As diligências, diz o ex-banqueiro na carta enviada ao parlamento, "visavam, entre outros objectivos, informar as entidades competentes sobre as preocupações do GES e, reitere-se, do próprio BES".
[actualizado com declarações de Pedro Passos Coelho]