Uma equipa internacional de astrofísicos, onde se incluem os portugueses Alexandre Correia e João Faria, detetou um segundo planeta extrassolar que orbita duas estrelas, depois de o primeiro ter sido descoberto em 2020.
A análise foi feita com a ajuda de João Faria, do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço e do Departamento de Física e Astronomia da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto e de Alexandre Correia, do Centro de Física da Universidade de Coimbra (CFisUC) e docente do Departamento de Física da FCTUC.
Trata-se de um novo sistema planetário semelhante ao planeta fictício Tatooine, da saga "Guerra das Estrelas". No filme, Tatooine é um mundo que orbita duas estrelas gémeas.
João Faria, investigador do IA citado num comunicado conjunto da UC e do IA, a deteção do BEBOP-1c afirmou que a nova descoberta permitirá "estudar as condições em que estes planetas se formam, que são diferentes das que existiram durante a formação do Sistema Solar".
Tendo sido descoberto pela equipa internacional a partir de
observações com telescópios do Observatório Europeu do Sul, instalado no Chile,
e de dados de dois espetrógrafos (instrumentos que registam o espetro
luminoso), o exoplaneta apresenta uma massa cerca de quatro vezes maior do que a de Neptuno (um dos gigantes gasosos e o último planeta do Sistema Solar) e orbita as duas estrelas em 215 dias (sete meses)
Em comunicado, a universidade britânica de Birmingham, que liderou o trabalho, salienta que são conhecidos à data 12 sistemas circumbinários (que contêm planetas que orbitam duas estrelas no centro em vez de uma, como sucede no Sistema Solar). Contudo, o sistema BEBOP-1 é o segundo que alberga mais do que um planeta.
O primeiro planeta, o BEBOP-1b, detetado em 2020 graças ao
telescópio espacial norte-americano TESS, tem quase o diâmetro de Saturno e
orbita as mesmas duas estrelas em 95 dias (três meses).