O presidente do PSD, rui Rio, acusa o Governo, e em particular o ministro do Ambiente, de ter mentido aos portugueses sobre as consequências da aprovação pelo parlamento da suspensão da linha circular do metropolitano de Lisboa.
No debate quinzenal desta terça-feira, Rio quis saber se o país poderia ou não utilizar os fundos europeus já alocados a esta linha noutros projetos - invocando várias versões citadas por diferentes membros do executivo - e se já tinham sido feitas algumas expropriações que obrigassem ao pagamento de indemnizações, como sugeriu o ministro Matos Fernandes.
“Não vou debater tecnicamente o mérito da linha, no fundo o que trago aqui é saber: se o Governo fala verdade aos portugueses ou se o governo mente, esta é que é a questão de fundo”, questionou.
Na resposta, o primeiro-ministro, António Costa, afirmou que existiam 83 milhões de euros de fundos europeus do atual quadro comunitário alocados à execução desta linha que “é materialmente impossível” desviar para outra linha do metropolitano de Lisboa em tempo útil, dizendo não poder precisar se já foram ou não realizadas expropriações.
“A questão não é se houve ou não uma contradição entre ministros, a questão de fundo é como é que um partido com responsabilidades de já ter governado este país e de ter aprovado esta linha (…) vem agora levianamente apoiar a sua suspensão, isto é que é gravíssimo”, contrapôs.
Das respostas de Costa, o líder do PSD concluiu que Portugal poderá utilizar os fundos comunitários noutros projetos, como afirmou o ministro do Planeamento, e que ainda não foi realizada qualquer expropriação.
“O sr. ministro Matos Fernandes quando disse ao país que tínhamos de pagar indemnizações estava, em linguagem moderna, a faltar à verdade e, em português antigo, a mentir aos portugueses, essa é que é a questão”, defendeu Rio.
A suspensão da linha circular do Metro de Lisboa foi aprovada há duas semanas no parlamento, durante a votação na especialidade do Orçamento do Estado para 2020, na sequência de propostas do PCP e do PAN, que mereceram o voto favorável do PSD, mas o grupo parlamentar do PS já disse que a decisão será alvo de recurso para o Tribunal Constitucional.