Sérgio Conceição: "Mas agora eu tenho de justificar o meu trabalho? Para jogar no FC Porto, não basta ter contrato"
16-04-2024 - 12:50
 • Hugo Tavares da Silva

Na véspera da segunda mão da semifinal da Taça, Conceição comentou a notícia do afastamento de quatro atletas, assim como arbitragens e os deméritos próprios.

O treinador do FC Porto falou esta manhã aos jornalistas, na véspera da segunda mão da Taça de Portugal, contra o Vitória de Guimarães, uma equipa que Sérgio Conceição elogiou. O treinador confirmou a ausência de Diogo Costa, lamentou a de João Mendes, do rival, e falou sobre árbitros, VAR, o cargo que ocupa e ainda a polémica do momento: o alegado afastamento de Iván Jaime, Jorge Sánchez, Toni Martínez e André Franco, uma notícia avançada esta terça-feira pelo "Record".

Vitória
“É mais um jogo entre duas equipas que se conhecem bem. Eu tenho sempre a opinião que todos os jogos são diferentes, até porque os jogadores que jogam têm dias diferentes também, poderá haver uma ou outra mudança. Com certeza, no Vitória, infelizmente, o João Mendes não pode estar presente. Temos o Diogo Costa, que também se magoou. Há sempre situações que mudam. Haverá, dentro da estratégia definida, nuances para surpreender o adversário, para perceber o que fizeram e que nos causou alguma dificuldade, o que podemos fazer para causar dificuldade ao adversário.”

Final da Taça
“Não é salvar a época. Uma equipa como o FC Porto tem de lutar por títulos. Nas últimas cinco edições da Taça, fomos quatro vezes à final. Lutamos por títulos. Amanhã [quarta-feira] temos de ser competentes para ultrapassar uma equipa muito difícil como o Vitória, bem trabalhada, com jogadores com alguma experiência. Esse é o nosso trabalho, não é para salvar nada.”

Jogadores afastados: confirma?
“Não há questão. Gostava que me falasse nos áudios que vieram cá para fora do nosso jogo com o Estoril, do Francisco [sobre o penálti], mas vão pegar no que é mais apimentado. O jogo do Estoril já passou, podíamos ter ficado, antes de um dérbi entre Benfica e Sporting, a quatro pontos, mas foi revertido um penálti de forma excessiva, por uma má decisão do VAR. O que me espanta é o árbitro, que é o comandante do jogo, estar quase a pedir a benção do VAR para ser anulado esse penálti. O áudio é inacreditável, já não sei quem manda, se é o VAR ou o árbitro. Não sei quem tem mais poder.

Jogadores afastados II
“Recebi mensagens de alguns jornalistas, que veio cá para fora que eu estava a fazer sessão bidiária, tridiária. Mas agora eu tenho de justificar o meu trabalho? Tenho de justificar se acho que há um grupo de jogadores de quatro, cinco, seis, sete que precisa de mais de trabalho físico, outros de finalização. Eu posso decidir que estes jogadores vão fazer trabalho específico. É isto, não há mais a dizer. Há uma coisa importante: para se jogar no FC Porto, não basta ter contrato. É importante que as pessoas entendam isso.”

Árbitros únicos culpados da má época?
“Já falei nisso. Houve situações em que fomos infelizes com a terceira equipa, mas houve demérito nosso.”

Declarações sobre o afastamento da região norte do sucesso
“Foi isso, foi exatamente o que eu disse. Eu falo do FC Porto. Em relação ao FC Porto, disse o que disse. Cabe-nos a nós aqui dentro trabalhar. Depois de uma derrota, que para mim um empate é uma derrota, venho para aqui com o intuito de trabalhar muito e mais introspectivo, mais triste, não venho a rir para o Olival. Ganhar é normal, empatar e perder não tem de ser normal.”

Colocou o lugar à disposição?
“Nunca serei um problema, o que o presidente decidir está tudo tranquilo. Não estou aqui amarrado a nada, estou a trabalhar em prol do clube que eu muito gosto. Sou bem pago para trabalhar para ganhar jogos. Não estou a conseguir, mas isto é uma coisa normal.”