Manhã aparentemente normal na Guiné, apesar de golpe de Estado
29-02-2020 - 11:10
 • Pedro Mesquita , Filipe d'Avillez

Os palácios do Governo e da Justiça continuam sob controlo das tropas golpistas. O primeiro-ministro Aristides Gomes está em casa, mas continua a acreditar que é o chefe do Governo.

Apesar de fortemente patrulhada, e da incerteza gerada pela tentativa de golpe de Estado militar na Guiné Bissau, o país parece estranhamente calmo este sábado de manhã.

A Guiné Bissau foi palco de uma tentativa de golpe de Estado militar, na noite de sexta-feira, que se seguiu à tomada de posse simbólica, como Presidente, de Umaro Sissoco Embaló, cujo primeiro ato oficial foi a exoneração imediata do primeiro-ministro Aristides Gomes.

Entretanto este sábado de manhã a vida em Bissau parecia de decorrer de forma normal. Há pessoas nas ruas e lojas abertas, como indicava há minutos à Renascença, a partir de Bissau, Casimiro Jorge Cajucam, diretor da Rádio Sol Mansi.

“Bissau acordou com calma total. A circulação está a ser normal e os transportes públicos e privados também estão a circular normalmente”, assegura.

“Passei esta manhã pelo Palácio do Governo e pelo Palácio da Justiça e pude constatar que essas duas instituições continuam sob controlo das forças militares fiéis a Umaro Sissoco Embaló.”

Neste momento não existem certezas sobre o rumo que o país irá tomar. “Tudo está em aberto. Ainda não é claro quem é que manda de facto na Guiné Bissau. Isso só poderá ser descodificado hoje, nas próximas horas. As Forças Armadas continuam a patrulhar a cidade de Bissau, mas as viaturas circulam normalmente e os estabelecimentos comerciais estão a trabalhar”, diz.

Quanto a Aristides Gomes, o diretor da Rádio Sol Mansi diz que “está tranquilo, na sua casa. Tentei entrar em contacto com o seu chefe de gabinete, mas sem sucesso. Está tranquilo em casa, mas continua a acreditar que é o Chefe do Governo da Guiné Bissau.”

Os cerca de 2.500 portugueses residentes naquele país devem limitar as suas movimentações ao estritamente necessário, por conselho do ministro português dos Negócios Estrangeiros.