A Comissão Europeia (CE) vai avançar, na próxima terça-feira, 15 de junho, com a primeira emissão de dívida para a “bazuca” europeia, avança a agência Reuters.
O executivo comunitário mandatou bancos de investimento para recolherem junto dos investidores manifestações de interesse nestes títulos de dívida com os quais vai obter o financiamento necessário para os Planos de Recuperação e Resiliência e o reforço de outros programas europeus.
O BNP Paribas, DZ Bank, HSBC, IMI-Intesa Sanpaolo e o Morgan Stanley foram apontados pela CE como líderes da operação de financiamento, enquanto o Danske Bank e o Santander vão atuar como co-líderes na emissão de dívida conjunta da União Europeia.
Apesar de prevista para amanhã, a operação está sujeita às condições de mercado. No início de junho, e uma vez concluído o processo de ratificação da decisão de recursos próprios pelos 27 Estados-membros, a Comissão anunciou que iria emitir cerca de 80 mil milhões de euros em obrigações de longo prazo, a primeira operação para angariar financiamento destinado a apoiar a recuperação económica europeia pós-crise pandémica.
Para financiar a recuperação, a Comissão Europeia vai, em nome da União Europeia, contrair empréstimos nos mercados de capitais até 750 mil milhões de euros a preços de 2018, ou até cerca de 800 mil milhões de euros a preços correntes, o que se traduz em empréstimos de cerca de 150 mil milhões de euros por ano, em média, entre meados de 2021 e 2026, fazendo da UE um dos principais mercados emissores.
Esta emissão terá uma maturidade a 10 anos, não sendo conhecido o montante a emitir. As verbas vão financiar o Mecanismo de Recuperação e Resiliência, avaliado em 672,5 mil milhões de euros (a preços de 2018) e elemento central do "Next Generation EU", o fundo de 750 mil milhões de euros aprovado pelos líderes europeus em julho de 2020 para a recuperação económica da UE da crise provocada pela pandemia da Covid-19.
Espera-se que o PRR português receba 'luz verde' já no dia 16 de junho. O anúncio será feito pela presidente da Comissão, Ursula Von der Leyen, que se deslocará expressamente para o efeito na próxima quarta-feira a Portugal, seguindo depois para Espanha, Grécia, Dinamarca e Luxemburgo, que são os restantes países cujos planos de recuperação e resiliência já foram aprovados pela Comissão Europeia.