As Nações Unidas exigiram esta segunda-feira aos talibãs que retirem a proibição de as mulheres trabalharem para organizações não governamentais no Afeganistão, depois de uma reunião do chefe da missão da ONU no país com as autoridades.
O chefe da Missão de Assistência das Nações Unidas no Afeganistão (UNAMA), Ramiz Alakbarov, que coordena a assistência humanitária no país, reuniu-se esta segunda-feira com o ministro das Finanças afegão, Mohamad Hanif, mas não foram divulgados mais pormenores sobre o encontro.
“Milhões de afegãos precisam de ajuda humanitária e a remoção das barreiras é crucial”, sublinhou Alakbarov numa publicação na sua conta do Twitter.
O próprio Alakbarov disse no sábado que estava “profundamente preocupado” com a decisão dos talibãs e disse que era “uma clara violação dos princípios humanitários”, apontando “o papel crucial das mulheres em todos os aspetos da vida e da resposta humanitária”.
A decisão foi anunciada no sábado pelo Ministério da Economia afegão e afeta todas as organizações não governamentais nacionais e internacionais. Embora não afete diretamente a ONU, impossibilita muitos dos seus programas de ajuda, uma vez que são levados a cabo por ONG afetadas pela medida.
O anúncio também surgiu poucos dias depois de os talibãs terem proibido as mulheres de acederem a educação universitária, o que suscitou críticas da comunidade internacional, incluindo de grande parte do mundo islâmico. Os Talibãs anunciaram na sexta-feira que iriam abrir um debate interno para discutir as críticas.