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O presidente da Associação Portuguesa de Imprensa, João Palmeiro, manifestou esta terça-feira preocupação sobre a neutralidade da rede, no âmbito do processo de compra da Media Capital, dona da TVI, pelo grupo Altice, que tem a operadora de telecomunicações Meo.
A neutralidade da rede significa que toda informação que circula na internet é tratada de igual forma e com a mesma velocidade.
O responsável foi ouvido esta terça-feira na comissão parlamentar de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto sobre a situação económica e financeira dos média, em especial do sector da imprensa.
Quando questionado sobre a compra da dona da TVI pela Altice, João Palmeiro lembrou que o grupo não é associado da entidade que representa, pois vendeu as suas publicações "todas há alguns anos".
Mas enquanto "cidadãos e operadores deste sector", prosseguiu, a Associação Portuguesa de Imprensa tem preocupações relativamente à neutralidade da rede, afirmou.
"A visão que nos preocupa nessa possibilidade [de compra]" assenta naquilo "que será conhecido pela neutralidade da rede", salientou.
"Confesso que se um operador de telecomunicações é também proprietário de um produtor de conteúdos, isso preocupa-me", designadamente se a empresa "vai dar a esses conteúdos condições tecnológicas" que possam desequilibrar a concorrência, continuou.
Ou seja, se a empresa de média detida por um operador de telecomunicações vai ter "mais largura de banda, velocidade de transmissão e até questões que podem ter a ver com qualidade de imagem", explicou. Isto porque "nos últimos três anos tivemos grande desenvolvimento do nosso sector", já que a imprensa apostou na produção de vídeo, disse João Palmeiro.
Na sua audição, João Palmeiro defendeu a "reinstalação do Conselho de Imprensa" para "acabar com os vícios" da regulação em Portugal, sublinhando que o sector "é regulador por 16" entidades.