Bloco de Esquerda ainda na "encruzilhada" do que se segue
11-03-2024 - 01:27
 • Isabel Pacheco , João Pedro Quesado (infografia)

Noite de “mínimos olímpicos” para o Bloco de Esquerda, que resiste ao manter o grupo parlamentar de cinco deputados na Assembleia da República. O futuro, todavia, é incerto.

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Apesar do resultado não ser o melhor, a coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Mariana Mortágua, apontou para copo meio cheio de umas eleições legislativas que deram mais votos, mas, nem por isso, um reforço de deputados.

“Apesar dessa viragem à direita e, apesar do resultado da extrema-direita em Portugal, que, aliás, reflete a tendência Internacional, o Bloco de Esquerda resistiu”, sublinhou Mariana Mortágua no discurso que encerrou, no Fórum Lisboa, a noite eleitoral do BE.

E ao manter o grupo parlamentar, a líder bloquista reafirmou a disponibilidade para fazer parte de uma alternativa para afastar a direita do poder.

“Aqui estamos e faremos exatamente o que dissemos que íamos fazer. Seremos parte de qualquer solução que afaste a direita do governo”. “Sabem que contam connosco?”, questionou Mariana Mortágua, dirigindo-se aos apoiantes e, talvez, ao secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, que, pouco depois, discursava para assumir a derrota socialista e a vitória da AD nas eleições legislativas deste domingo.

É preciso, no entanto, esperar para ver. "Ainda faltam apurar os quatro deputados eleitos pelo circulo de emigração", lembrou a líder bloquista, que terá de decidir se fará oposição ou se ainda haverá oportunidade para uma outra alternativa.

Quanto à vitória da Aliança Democrática nas eleições e, referindo-se, em particular, ao resultado do Chega que conseguiu 18% dos votos e eleger mais de 40 deputados, Mariana Mortágua apontou um único culpado: a maioria de António Costa.

“Esta viragem à direita acontece no país com um contributo da extrema-direita que é preciso reconhecer como um reflexo de uma governação desastrosa da maioria absoluta do Partido Socialista”, apontou Mariana Mortágua.

O Bloco de Esquerda saiu das eleições legislativas sem conseguir reforçar o partido. Consegui eleger os mesmos cinco deputados em Lisboa, Porto e Setúbal, os mesmos círculos eleitorais que resistiram à hecatombe do partido em 2022.