Os ambientalistas da ZERO e a MUBI - Associação pela Mobilidade Urbana em Bicicleta defendem mais incentivos à compra e reparação de bicicletas, com verbas do Orçamento do Estado, porque a pandemia pode ser uma "oportunidade única de mudar a forma como nos deslocamos na cidade”.
Francisco Ferreira, da ZERO, apela ao Governo e aos partidos para “darem um fortíssimo incentivo à aquisição e reparação de bicicletas", através do Fundo Ambiental em 2021," um meio de transporte extremamente amigo do ambiente, melhora a saúde, impede o agravamento da poluição do ar, da emissão de gases com efeito de estufa, ruído, do congestionamento nas cidades”.
Em declarações à Renascença, o ambientalista afirma que a prova do sucesso da medida é que “muitos portugueses responderam ao financiamento disponível, que em muitos casos se esgotou”.
Portugal ainda está “longe do que é desejável”, considera Francisco Ferreira. Por isso, a ZERO e a URBI defendem que o atual apoio de 10% para aquisição de bicicletas convencionais deve passar para 50%, com um limite máximo de 200 euros, para um total de 5 mil veículos.
Para aquisição de bicicletas elétricas novas, as associações propõem a manutenção do apoio de 50%, mas com um aumento do limite máximo para 500 euros, também para um total de 5 mil bicicletas.
A ideia também passa por incentivos à reparação das “duas rodas” que estão paradas em casa, sem uso, nomeadamente um “voucher” de 50 euros, para 50 mil bicicletas.
“Podia ser um enorme apoio para voltarmos a ter este meio transporte com um peso maior, nomeadamente na deslocação casa-trabalho”, afirma Francisco Ferreira, para quem a pandemia de Covid-19 “é uma oportunidade única de mudar a forma como nos deslocamos na cidade”.
O dirigente da ZERO critica, ainda, o atraso de um ano na calendarização e orçamentação das 51 medidas aprovadas na Estratégia Nacional para a Mobilidade Ativa Ciclável.