A Ordem dos Enfermeiros (OE) defende que os centros de vacinação contra a Covid-19 se mantenham no ativo para a campanha de vacinação contra a gripe.
A bastonária da OE, Ana Rita Cavaco, disse, à Renascença, esta terça-feira, que os centros de vacinação devem continuar ativos, ao contrário do que está planeado, depois do país ter atingido os 85% de população completamente vacinada contra a Covid-19.
"A pandemia não acabou. Isso é visível pelo número de casos e número de mortes diários. Portanto, devíamos aproveitar esses centros de vacinação e não desativá-los, para fazermos a vacinação da gripe com muito mais segurança e conforto", afirma.
Ana Rita Cavaco esclarece ainda que acredita que os centros de vacinação podiam ter "corredores dedicados à Covid-19 e outros à gripe", garantindo a execução dos dois planos de vacinação.
A Bastonária da OE critica ainda a falta de comunicação do Governo e da DGS, depois de ter sido divulgado esta terça-feira que quase oito mil enfermeiros foram infetados por Covid-19.
"Tínhamos pedido estes números em março deste ano e só recebemos resposta agora. Não sei se é da DGS ou do próprio Governo, mas é a questão da comunicação. Tem de ser transparente e verdadeira, mas nunca houve diferenciação entre os diferentes profissionais de saúde", aponta, à Renascença.
Ana Rita Cavaco reinvindicou ainda um subsídio de risco para a profissão de enfermeiro, que devia existir independentemente de haver pandemia ou não.
"Os enfermeiros são uma profissão de risco. Estão expostos a várias doenças contagiosas. Já fomos considerados de risco, até a carreira ter sido alterada. O que se impõe é que os enfermeiros tenham um subsídio de risco equivalente à das forças de segurança. Algo estável, mensal e que dure para sempre", defende.