Pires de Lima considera que CDS "morreu" e vai "fazer muita falta à democracia"
31-01-2022 - 21:21
 • Lusa

O ex-militante do partido lembrou também que defendeu, em setembro de 2020, que o "CDS faz muita falta à democracia portuguesa".

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O antigo ministro da Economia e ex-dirigente centrista António Pires de Lima, que se desfiliou recentemente, considerou que o CDS-PP "morreu" no domingo e defendeu que vai "fazer muita falta à democracia portuguesa".

"Na ausência de dois congressos, - um solicitado e não concedido, outro marcado e depois cancelado - o CDS nem a oportunidade teve de passar pela última estação", considerou, numa reação por escrito enviada à Lusa.

Pires de Lima, que deixou de ser militante do partido no final de outubro do ano passado, apontou que o CDS "morreu ontem [domingo] e vai, realmente, fazer muita falta à democracia portuguesa".

E lembrou também que defendeu, em setembro de 2020, no jornal Expresso, que o "CDS faz muita falta à democracia portuguesa e não devia morrer assim".

O CDS-PP teve no domingo o pior resultado da sua história em eleições legislativas e não conseguiu eleger qualquer deputado, tendo ficado afastado do parlamento pela primeira vez em 47 anos.

O CDS-PP foi o sétimo partido mais votado, tendo ficado à frente do Pessoas-Animais-Natureza (PAN) e do Livre em percentagem e número de votos, mas não conseguiu eleger qualquer deputado, ao contrário destes dois partidos, que elegeram um deputado cada um pelo círculo de Lisboa.

O presidente do partido e cabeça de lista por Lisboa, Francisco Rodrigues dos Santos, assumiu "todas as responsabilidades" pelo resultado e anunciou que apresentou a demissão.

O PS alcançou a maioria absoluta nas legislativas de domingo e uma vantagem superior a 13 pontos percentuais sobre o PSD, numa eleição que consagrou o Chega como a terceira força política do parlamento.

Com 41,7% dos votos e 117 deputados no parlamento, quando estão ainda por atribuir os quatro mandatos dos círculos da emigração, António Costa alcança a segunda maioria absoluta da história do Partido Socialista, depois da de José Sócrates em 2005.

O PSD conseguiu 27,8% dos votos e 71 deputados sozinho, subindo para 76 com os mandatos obtidos nas coligações da Madeira e dos Açores (com o CDS-PP nos dois casos e com o PPM nos Açores), enquanto o Chega alcançou o terceiro lugar, com 7,15% e 12 deputados, a Iniciativa Liberal (IL) ficou em quarto, com 5% e oito deputados, e o Bloco de Esquerda em sexto, com 4,46% e cinco deputados.

A CDU com 4,39% elegeu seis deputados, o PAN com 1,53% terá um deputado, e o Livre, com 1,28% também um deputado. O CDS-PP alcançou 1,61% dos votos, mas não elegeu qualquer parlamentar.

A abstenção em território nacional desceu para os 42,04% depois de ter alcançado os 45,5% em 2019.