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A França prepara-se para lançar uma taxa sobre as garrafas de plástico não reciclado e apertar o cerco à utilização do plástico em geral.
Assim, no início de 2019, as garrafas fabricadas com plástico reciclado deverão ser mais baratas do que as feitas com plástico virgem.
"Amanhã, quando houver uma escolha entre duas garrafas – uma feita com plástico reciclado, a outra não – a primeira será mais barata", afirmou a secretária de Estado francesa do Ambiente ao semanário "Le Journal du Dimanche".
Além disso, acrescentou, o governo planeia aumentar as taxas sobre os aterros sanitários e reduzir o imposto sobre valor acrescentado nas atividades de reciclagem.
Na entrevista publicada no domingo, Brune Poirson afirmou também que a França vai introduzir um sistema de “prémio-desconto” até 10% do preço de um produto, a fim de incentivar os consumidores a reciclar os resíduos plásticos.
Estas medidas irão beneficiar as empresas francesas de reciclagem, como a Veolia e a Suez, que já tinham pedido medidas do género.
Segundo a secretária de Estado, não há datas estabelecidas para todas estas medidas entrarem em vigor, mas deverão ser apresentadas no início de 2019.
Em 2016, o anterior Governo francês proibiu palhinhas, copos e pratos de plástico –regra a entrar em vigor a partir de janeiro de 2020. O atual Governo, do Presidente Emmanuel Macron, reviu as medidas já delineadas e rejeitou as propostas para introduzir um depósito para garrafas de plástico, como já existe em alguns países europeus.
Questionada sobre se era suficiente contar com a boa vontade da indústria para alcançar a meta estabelecida por Macron, de reciclar 100% do plástico até 2025, Brune Poirson respondeu que a imposição de nova regulamentação levaria, muito rapidamente, a reações defensivas.
"Se em dois anos não houver progresso, introduziremos regulamentação", acrescentou.
A França recicla apenas 25,5% dos resíduos de embalagens plásticas – a segunda pior taxa de reciclagem da Europa. Na Alemanha e na Holanda, por exemplo, são cerca de 50% os produtos de plástico reciclados, segundo dados do Eurostat.
Fora do território europeu, a Nova Zelândia anunciou, na semana passada, que os comerciantes vão ser obrigados a deixar disponibilizar sacos de plástico até 2019. Os infratores sujeitam-se a multas que podem chegar aos 57 mil euros.