Portugal passou a ter uma balança comercial positiva com a Islândia a partir de 2022, após quatro anos de saldos negativos, registando um aumento médio das exportações de 18,7%, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE).
Este é o enquadramento económico da visita que o primeiro-ministro, António Costa, realiza na segunda-feira à Islândia, país em relação ao qual, desde 2018, Portugal tem também vindo a registar um aumento médio das importações na ordem dos 6,6%.
De acordo com os mesmos dados, no ano passado, as exportações portuguesas totalizaram 42 milhões de euros, com um crescimento de 76,4% face a 2021, e as importações tiveram um crescimento de 28,9% também face a 2021, alcançando os 33,9 milhões de euros.
A este propósito, o Governo português refere que os valores das trocas comerciais em 2022 já se encontram "muito acima dos valores pré-pandemia", ou seja, de 2019.
No que respeita ao comércio de bens e serviços, as trocas comerciais de Portugal com a Islândia são consideradas residuais. A Islândia é o 97.º cliente das exportações de bens portuguesas (0,02% do total) e o 93.º fornecedor das importações (0,01% do total).
Segundo o INE, em 2022 as exportações atingiram os 17,1 milhões de euros, enquanto as importações alcançaram 16 milhões de euros, resultando num saldo positivo de um milhão de euros. A balança comercial de bens apresentou assim no ano passado um coeficiente de cobertura de 106,4 %.
O executivo português destaca ainda que existem 266 empresas portuguesas a exportar para a Islândia, "um aumento significativo" face a 2017, ano em que se encontravam 217 operadores económicos portugueses neste mercado.
Nas dez maiores exportadoras estão a 5Ensesinfood (agroalimentar), a Amorim (cortiça), a Casa Santos Lima (vinhos), a Cipan (produtos farmacêuticos), a Damel e a Room2Fit (vestuário, textil), a Dux (casa e mobiliário), a Metalogalva e SN Seixas (metalomecânica).
Fonte diplomática referiu à agência Lusa que em 2022 a Islândia registou uma taxa de crescimento de 6,4% e um défice orçamental de 5,3%. A dívida pública, no ano passado, foi de 75% do PIB e a taxa de desemprego de 3,9%.
A inflação ronda atualmente os 10%, (8,8% em fevereiro de 2023 e o Banco Central da Islândia aumentou recentemente a taxa de juro de referência para 6,5%, o valor mais elevado da Europa Ocidental.
A pesca, o turismo e a fundição de alumínio são considerados os setores mais importantes para a economia islandesa.