O ministro da Saúde, Manuel Pizarro, descreve o dispositivo médico montado para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) como "muito robusto", mas não se atreve a dizer que é um assunto "completamente tranquilo".
"Isso não existe. Temos um bom sistema montado, muito robusto, um sistema de primeira linha que envolve, entre outras coisas, a montagem de dois hospitais de campanha. Estou tranquilo sobre o dispositivo que nós montamos para responder aos problemas. Sobre os problemas, vamos ver do dia-a-dia o que é que vai acontecer", disse na comissão parlamentar, em resposta à deputada Joana Cordeiro.
A representante da Iniciativa Liberal questionou o ministro sobre se, com a falta de médicos, conseguiria garantir uma resposta adequada a possíveis problemas que possam surgir durante a JMJ, que se realiza entre 1 e 6 de agosto, onde são esperadas quase 1,5 milhões de pessoas.
O ministro indicou ainda que, se o dispositivo fosse baseado noutros eventos católicos do mesmo género, não seria preciso organizar nenhum dispositivo.
"As grandes jornadas mundiais da juventude correram sempre sem nenhum afluxo aumentado aos serviços de saúde, o que, aliás, se consegue perceber", porque, justificou, "são muitas pessoas, mas são, no essencial, relativamente jovens, com boas condições de saúde".
"As complicações que acontecem normalmente são algumas gastroenterites relacionadas com alimentação, uma ou outra virose, um ou outro pé torcido ou uma ferida no pé", disse Pizarro. A justificação para um dispositivo mais sofisticado? "Porque não podemos garantir que não exista um qualquer acidente, um qualquer incidente, uma qualquer perturbação que tenha um impacto superior", apontou.
Sobre se foi necessário os profissionais de saúde alterarem as férias para reforçar o contingente de apoio à JMJ, Pizarro afirmou que não pode garantir que "num ou noutro hospital não tenha havido alterações das escalas de férias para assegurar o reforço em segunda linha", mas assegurou que de um ponto de vista substancial, isso não aconteceu.