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Os Estados Unidos anteveem aprovar a vacina contra a Covid-19 desenvolvida pela Universidade de Oxford e pela farmacêutica AstraZeneca em abril, mais de três meses depois da ‘luz verde’ do regulador britânico oficializada esta quarta-feira.
A previsão foi avançada pelo conselheiro-chefe do programa norte-americano de imunização contra o novo coronavírus, Moncef Slaoui.
A Agência Reguladora de Medicamentos e Produtos para a Saúde do Reino Unido (MHRA), que hoje autorizou o uso da vacina da AstraZeneca/Oxford no território britânico, é "uma instituição reguladora muito talentosa, de base científica e não tenho dúvidas quanto à sua decisão", disse o especialista numa conferência de imprensa.
Mas, segundo frisou Moncef Slaoui, o contexto regulatório é diferente nos Estados Unidos, explicando que os ensaios clínicos e as avaliações necessárias não permitem ter uma aprovação antes “do início de abril” de 2021.
Moncef Slaoui salientou, nomeadamente, a necessidade de provar a eficácia da vacina nos idosos.
Desenvolvida pelo grupo farmacêutico britânico AstraZeneca em parceria com a também britânica Universidade de Oxford, esta vacina vai começar a ser administrada no Reino Unido a partir do dia 04 de janeiro.
O Reino Unido já tinha aprovado, no início de dezembro, uma autorização de emergência para a vacina criada pela norte-americana Pfizer e pela alemã BioNTech.
Aliás, foi o primeiro país do mundo a aprovar a vacina da Pfizer/BioNTech.
A vacina da AstraZeneca/Oxford é bastante aguardada devido a razões práticas: é mais barata e pode ser armazenada em condições de refrigeração vulgares (2 a 8 graus Celsius), o que facilita um processo de vacinação em grande escala.
Em relação à vacina desenvolvida pelo gigante norte-americano Johnson & Johnson, Moncef Slaoui antevê uma possível aprovação nos Estados Unidos em fevereiro.
Esta vacina é igualmente aguardada com expectativa, uma vez que só necessita da administração de uma dose, ao contrário das vacinas aprovadas até agora (duas doses).
Neste momento, duas vacinas (Pfizer/BioNTech e Moderna) estão autorizadas nos Estados Unidos e mais de 2,1 milhões de pessoas já receberam a primeira inoculação.
Este número está longe do objetivo traçado pela administração norte-americana ainda em funções, liderada pelo Presidente Donald Trump, que prometeu ter 20 milhões de pessoas vacinadas até ao final do ano.
Na terça-feira, o Presidente eleito Joe Biden lamentou o "atraso" do processo.
O general Gus Perna, da Operação Warp Speed (nome do programa de desenvolvimento de vacinas e do programa de imunização nos EUA), precisou, entretanto, que 14 milhões de doses tinham sido distribuídas no país e assegurou que "as autoridades locais estavam a trabalhar arduamente" para administrá-las.
Os Estados Unidos da América (EUA) continuam a ser o país mais afetado a nível global, tanto em número de mortos como de casos, com um total de 339.000 mortes entre mais de 19,5 milhões de casos recenseados, segundo o balanço da universidade norte-americana Johns Hopkins.
Especialistas norte-americanos admitem que a situação do país pode ficar ainda pior após a temporada de férias (natal e Ano Novo).
Na terça-feira, o principal epidemiologista da Casa Branca, Anthony Fauci, reconheceu que a pandemia de covid-19 está fora de controlo nos Estados Unidos.
A fase da pandemia pela qual os Estados Unidos estão a passar “está fora de controlo em muitos aspetos”, disse Fauci, numa entrevista à televisão CNN.
A pandemia da doença covid-19 já provocou pelo menos 1.791.033 mortos resultantes de mais de 81,9 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus (SARS-Cov-2) detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.