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O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy, disse hoje que a retirada de civis da cidade de Mariupol, no sul do país, vai continuar hoje e amanhã, esperando a eficácia dos corredores humanitários de Berdiansk, Tokmak e de Vasylivka.
Num discurso que foi publicado esta terça-feira de manhã nas redes sociais, o chefe do Estado ucraniano disse que Kiev continua a fazer "todos os possíveis para salvar" os civis de Mariupol e que a operação de retirada vai continuar.
“Amanhã (quarta-feira) também esperamos movimento através dos corredores humanitários de Berdyansk, Tokmak e de Vasylivka”, em direção de Zaporíjia, acrescentou.
A operação de retirada de cidadãos ucranianos de Mariupol, que está a ser coordenada pelas Nações Unidas e pela Cruz Vermelha Internacional, mantém-se embora se registem muitas dificuldades que podem colocar em causa a continuidade da operação.
O primeiro grupo de civis foi retirado no domingo da cidade assediada pelas forças russas, embora os autocarros que transportam os deslocados ainda não tenham chegado a Zaporíjia.
Segundo a CNN Portugal, que cita fontes das Nações Unidas, os
cerca de 100 civis ucranianos que foram retirados da siderurgia Azovstal, na
cidade sitiada de Mariupol, estão a cerca de 40 quilómetros de Zaporíjia, numa
localidade junto ao rio Dnipro (controlada pelas forças russas), local do
último posto de controlo.
“Temos de parar todas as operações de importação e exportação com a Rússia”
A União Europeia discute, esta terça-feira, um novo pacote de sanções e Zelenskiy sublinha que o lucro energético russo tem de ser travado e todas as operações de exportação e importação com Moscovo devem ser bloqueadas.
“Deve incluir medidas claras para bloquear as receitas de energia da Rússia. Porque o Estado terrorista não receba mil milhões de dólares por dia de combustível”, argumenta.
Zelenskiy defende que é preciso parar “todas as operações de importação e exportação com a Rússia. Porque é assim que fazem dinheiro em Moscovo. E nem sequer entendem que o direito internacional e a paz na Europa devem ser respeitados”.
A Hungria já disse que não vai apoiar a imposição de sanções que impossibilitem a importação de petróleo e gás da Rússia para o país, afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros, Peter Szijjarto, num comunicado esta terça-feira.
Segundo Szijjarto, as importações de petróleo russo, através do oleoduto Druzhba, representam cerca de 65% do petróleo necessário na Hungria e não há rotas alternativas de abastecimento que o garantam.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de três mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior. Já causou a fuga de mais de 13 milhões de pessoas, das quais mais de 5,5 milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.