O primeiro caso de "transmissão vertical" do coronavírus aconteceu na China. No último domingo, um recém-nascido foi testado positivamente apenas 30 horas depois do nascimento, em Wuhan, epicentro do surto.
Os exames realizados à mãe indicaram, também, que já se encontrava infetada antes de dar à luz.
O bebé encontra-se estável e sem sinais de febre ou tosse. No entanto, segundo a equipa do hospital de Wuhan, depois do nascimento eram visíveis outros sintomas, como a dificuldade em respirar. Raios-X realizados à criança revelaram sinais de infeção pulmonar e anormalidades no funcionamento do fígado.
Os médicos concluiram, assim, que é possível transmitir diretamente o vírus para o feto, ainda durante a gravidez. A criança chinesa terá contraído o coronavírus ainda durante a gestação, no parto ou imediatamente depois, com a exposição a uma atmosfera infetada.
No entanto, esta não é a única criança a contraír o vírus. No mesmo hospital, ainda no mês passado, um outro bebé revelou sinais de contágio 16 dias depois do nascimento, apesar de ter nascido saudável. A mãe e a ama da criança foram diagnosticadas dias depois do nascimento, transmitindo o vírus para a criança, que começou a apresentar sintomas perto do final de janeiro. A equipa de médicos esclarece, porém, que nenuhuma das crianças se encontra em estado crítico.
A cidade de Wuhan, situada na província chinesa de Hubei, é o epicentro do novo coronavírus (2019-nCoV) surgido em dezembro do ano passado. Em território chinês, matou 490 pessoas e há mais de 24.324 casos confirmados.
Além da China, há casos de infeção confirmados em mais de 20 países. Em Portugal, os três casos suspeitos de coronavírus acabaram por se revelar negativos.