O padre jesuíta Nuno da Silva Gonçalves foi esta quinta-feira nomeado diretor da prestigiada revista La Civiltà Cattolica.
"Acolho com confiança [esta nomeação], sabendo que tenho um grande desafio pela frente, que é o de continuar a história de uma revista com uma grande tradição", diz o sacerdote português à Renascença.
Fundada em 1850 por um grupo de jesuítas, trata-se de uma das mais antigas publicações italianas, desde sempre dedicada a questões ligadas à fé e à cultura, incluindo outras áreas como ciência, religião, política e história.
Dada a proximidade com o Papa e a Secretaria de Estado, a revista é por muitos considerada “órgão oficioso” do Vaticano, por incluir assuntos relacionados com as preocupações e prioridades da Santa Sé. Mais recentemente, a revista passou a divulgar as conversas de Francisco com as comunidades de jesuítas locais, no âmbito das suas visitas apostólicas pelo mundo.
"A sua função é apresentar o mundo e os seus desafios à Igreja, e apresentar a Igreja ao mundo e às culturas contemporâneas. É ser ponte entre a Igreja e o mundo contemporâneo e os seus desafios", afirma, dizendo que a publicação "sofreu grandes alterações nos últimos 12 anos, enquanto foi seu diretor, o Padre António Spadaro". "Foi uma revista que se internacionalizou, e que passou a ter uma presença muito forte no mundo digital. Foi-se adaptando aos novos tempos e a minha intenção é que continue exatamente nesta linha."
O padre Nuno Gonçalves substitui, a partir de hoje, o padre Antonio Spadaro, que ocupou o cargo de diretor desde 2011. O jesuíta português já integrava o “Colégio de Escritores” da revista desde o início de 2023, após ter terminado, no verão do ano passado, a sua missão como reitor da Pontifícia Universidade Gregoriana, em Roma.
Nuno da Silva Gonçalves nasceu em Lisboa em 1958, entrou na Companhia de Jesus em 1975, foi ordenado sacerdote onze anos depois, em 1986. É licenciado em Filosofia e Humanidades, em Teologia e doutorado em História Eclesiástica. Foi Diretor da Faculdade de Filosofia da Universidade Católica Portuguesa, entre 2000 e 2005 e depois Superior Provincial da Companhia de Jesus em Portugal, até 2011.
No final desse período foi para Roma, para a Pontifícia Universidade Gregoriana, onde foi professor, diretor da Faculdade de História e Bens Culturais da Igreja. E, em 2016, foi nomeado reitor, cujo mandato terminou em 2022.
Notícia atualizada às 17h22.