Bruno Paixão suspeito de receber dinheiro do "saco azul" do Benfica
14-02-2022 - 18:33
 • Renascença

PJ e Ministério Público encontraram pagamentos de milhares de euros de uma das empresas implicadas no processo "Saco Azul". Antigo árbitro nega qualquer irregularidade.

O antigo árbitro Bruno paixão é suspeito de ter recebido pagamentos de milhares de euros de uma empresa alegadamente ligada ao Benfica e implicada no processo "Saco Azul".

De acordo com a CNN e a TVI, a Polícia Judiciária (PJ) e o Ministério Público (MP) encontraram pagamentos de milhares de euros ao antigo árbitro por parte da empresa informática "Best for Business".

Esta empresa, detida por José Bernardes, arguido no processo, terá servido de "saco azul" (forma encapotada de suborno) do Benfica.

Ainda segundo as referidas fontes, os pagamentos a Bruno Paixão indiciam corrupção desportiva, o que, se ficar provado, pode levar o Benfica a descer de divisão.

Em declarações à CNN, Bruno Paixão nega quaisquer irregularidades e refere que os ditos pagamentos se referem a "um serviço de controlo de qualidade" que diz ter prestado no âmbito de uma atividade paralela à de árbitro, de certificação de qualidade de empresas.

"Conheço José Bernardes, e, aqui há uns anos, durante alguns meses, tentei implementar um sistema de controlo de qualidade, o ISO 9001, na empresa 'Best for Business'", refere, sublinhando que o facto de ter prestado serviços a uma empresa implicada num caso de justiça com um clube de futebol é mera coincidência.

Em causa, no processo "Saco Azul", está o pagamento de 1,9 milhões de euros do Benfica à empresa referida, por serviços de consultoria fictícios.

Além de José Bernardes, também são arguidos Luís Filipe Vieira, ex-presidente do Benfica, os administradores da SAD encarnada Miguel Moreira e Domingos Soares de Oliveira, e a própria Benfica SAD. Todos são suspeitos dos crimes de fraude fiscal e branqueamento de capitais.

A TVI adianta que as informações obtidas sobre Bruno Paixão foram incluídas noutra investigação ao Benfica por corrupção desportiva, que nasceu do "caso dos e-mails" e que também já incorporou o caso dos "vouchers" e o processo "Mala Ciao".