O arcebispo de Évora, D. Francisco Senra Coelho vai destinar a renúncia quaresmal da arquidiocese às Igrejas do Médio Oriente.
“No contexto doloroso de violência generalizada e de ‘guerra mundial feita aos pedaços’, como refere o Santo Padre, proponho que a renúncia quaresmal deste ano se destine às Igrejas do Médio-Oriente, vítimas de guerra e que façamos chegar a essas Comunidades a nossa partilha através da Santa Sé, ao serviço da Caridade do Papa Francisco”, informa o arcebispo.
Na sua mensagem, D. Francisco Senra Coelho explica que a Quaresma “desperta-nos para a necessidade de valorizarmos o nosso encontro pessoal e comunitário com a Misericórdia de Deus”.
“Será a partir desta experiência que renovaremos e fortaleceremos a paz e a alegria dos nossos corações e, consequentemente, o testemunho humanizado das comunidades cristãs em que caminhamos na fé”, observa.
Segundo o prelado, os quarenta dias da Quaresma “são um tempo de graça”, lembrando que “se nós quisermos, nos proporcionarão momentos de reflexão e exame de consciência, para que experimentemos a beleza do abraço misericordioso de Deus e a riqueza que nos vem da experiência da vida fraterna”.
“O ruído em que vivemos com frequência pode-nos roubar a liberdade interior, sobrepondo-se ao nosso discernimento e tornando-nos insensíveis aos sinais dos tempos, ‘ao grito dos pobres e da terra’”
Por isso, sublinha o arcebispo de Évora, “somos impedidos de escutar o nosso coração onde Deus fala e ecoam os gritos da solidão e da pobreza de muitos irmãos”.
“Importa cultivar o jejum, face a todos os excessos que nos solicitam exclusiva obsessão, e provar o oásis do silêncio interior, onde se tornará possível compreender que a nossa sede corresponde à água-viva da Boa Nova do Senhor. Eis uma oportunidade de excelente terapia que, se quisermos, repito, poderemos usufruir nesta Quaresma”, indica.
D. Francisco Senra Coelho aponta, ainda, a oração, o jejum e a partilha fraterna como os três pilares da Quaresma, realçando que “estas três práticas quaresmais renovarão as nossas vidas e farão das nossas comunidades eclesiais ‘Mães de coração aberto para todos os sedentos de Esperança’”.