O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) apresentou ao Ministério da Saúde uma proposta que prevê um aumento salarial intermédio de 15% em 2024, abdicando dos 30% inicialmente reclamados em articulação com Federação Nacional dos Médicos (FNAM) nas negociações com Manuel Pizarro.
“Fizemos ontem uma proposta ao Ministério da Saúde para, no próximo ano, haver um aumento salarial não 30%, mas de cerca de 15%”, anunciou à Renascença Jorge Roque da Cunha, secretário-geral do SIM.
"Está nas mãos do Ministério da Saúde fazer também uma cedência, já que manter a situação como está neste momento não é bom nem para os médicos, nem para a população, nem para o Governo, mesmo que seja um Governo em gestão”, acrescentou o dirigente sindical.
Esta quinta-feira à tarde, os sindicatos médicos voltam a reunir-se com o ministro Manuel Pizarro e Roque da Cunha garante estar disponível “para que esse acordo seja possível”, desafiando a FNAM a aceitar os termos de uma proposta que classifica de “sensata”.
“Estamos em convergência com a FNAM na defesa do Serviço Nacional de Saúde, mas esta é uma proposta que nós pensamos que é sensata e que permite que haja uma luz ao fundo do túnel”, sublinha o secretário-geral do SIM.
FNAM prefere aguardar. “Veremos em que modelo a proposta é construída”
Na resposta ao repto lançado pelo SIM, Joana Bordalo e Sá garante à Renascença que, nas horas que restam até à nova ronda negocial desta tarde no Ministério da Saúde, a FNAM não abdica de nenhum dos pontos do caderno reivindicativo apresentado a Manuel Pizarro, desde logo, a valorização salarial de 30% em 2024.
“Compreendemos que, se calhar, em janeiro não era possível que todas as medidas entrassem em vigor ao mesmo tempo: a atualização salarial, a reposição das 35 horas de trabalho semanal, a reposição das 12 horas nas urgências e a reposição das férias que foram retiradas por altura da troika”, detalha.
Questionada sobre uma eventual cedência na reunião desta tarde no Ministério da Saúde, em particular à proposta avançada pelo SIM, Joana Bordalo e Sá não fecha a porta a uma mudança de posição por parte da FNAM, mas garante não ter conhecimento formal das intenções do SIM.
Por isso, quer perceber "em que modelo a proposta é construída”.
“O que vai acontecer logo à tarde? Logo veremos. Depende da boa fé com que o Governo estiver no diálogo”, remata a dirigente sindical.