A Câmara Municipal de Alcochete aprovou esta quarta-feira uma moção a exigir medidas concretas para a urgente normalização do sistema de transportes rodoviários, alertando que se os problemas não forem rapidamente resolvidos o município deixa de estar disponível para financiar.
"Reiteramos que continuamos a acreditar nas premissas iniciais deste processo que ele é o caminho para um melhor, mais moderno e sustentável sistema de transportes públicos, mas caso a situação não se inverta rapidamente deixaremos de estar disponíveis para financiar este sistema", refere o município numa moção lida pelo vereador socialista Pedro Lavrado no inicio da reunião de câmara desta quarta-feira.
Na moção, aprovada por unanimidade, é ainda exigido à Área Metropolitana de Lisboa (AML), à Transportes Metropolitanos de Lisboa (TML), e ao consórcio Alsa/Todi que sejam tomadas medidas concretas para "a urgente a normalização do sistema de transportes públicos rodoviários recorrendo se necessários a contratação de serviços externos à empresa quer de motoristas quer de viaturas para suprir no imediato as graves falhas de serviço".
Por outro lado, a autarquia de Alcochete, no distrito de Setúbal, requer que sejam aferidas e aplicadas à empresa "todas as penalidades previstas em contrato pelo flagrante incumprimento" para com os munícipes e com a população de Alcochete e dos restantes municípios da área 4 (Alcochete, Moita, Montijo, Setúbal, Palmela e Setúbal).
"Que sejam assacadas todas as responsabilidades desta situação em todos os níveis hierárquicos e que as mesmas sejam assumidas até às ultimas consequências", defende a autarquia liderada pelo socialista Fernando Pinto.
Segundo a autarquia, os problemas ocorridos desde a entrada em funcionamento do serviço a 1 de junho afeta gravemente milhares de cidadãos do concelho de Alcochete e de toda a península de Setúbal considerando inaceitável o estado a que chegou "o mau serviço" assumindo contornos de "gravidade extrema".
Na moção é referido que continuam a ser detetadas diariamente falhas nos horários, circulações por realizar afetando e prejudicando trabalhadores e estudantes.
Na reunião de câmara, o presidente do executivo referiu que a moção agora aprovada "é um grito de revolta".
"Num processo que tinha tudo para ser um verdadeiro êxito envolvendo todos os partidos políticos como é possível chegar ao ponto onde chegámos", questionou Fernando Pinto adiantando que a autarquia tem feito protestos de forma reiterada em sede própria desde o inicio do processo.
Fernando Pinto alertou que o transporte rodoviário é a única forma que os munícipes do concelho de Alcochete têm para se deslocar e criticou não só a forma como o consórcio tem trabalho como também como a TML tem gerido o processo.
A Carris Metropolitana é a marca comum sob a qual funcionam as operações de transporte público rodoviário na AML, gerindo as redes municipais de 15 dos 18 municípios (Barreiro, Cascais e Lisboa mantêm as operações locais) e a totalidade da operação intermunicipal dos 18 concelhos.
Para tal foi criada a empresa Transportes Metropolitanos de Lisboa, detida a 100% pela entidade intermunicipal.
A área 1 inclui Amadora, Cascais, Lisboa, Oeiras e Sintra; a área 2 Loures, Mafra, Odivelas e Vila Franca de Xira; a área 3 Almada, Seixal e Sesimbra; e a área 4 Alcochete, Barreiro, Moita, Montijo, Palmela e Setúbal.
Os novos autocarros amarelos da Carris Metropolitana começaram a operar em 01 de junho nos concelhos de Setúbal, Alcochete, Moita, Montijo e Palmela (área 4) e em 01 de julho nos de Almada, Seixal e Sesimbra (área 3), todos eles no distrito de Setúbal.
O início da operação da Carris Metropolitana nos concelhos da margem norte do Tejo, no distrito de Lisboa (áreas 1 e 2), foi adiado para 01 de janeiro de 2023 por não estarem "garantidas as condições consideradas essenciais".
GC // RBF.
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