O mundo está numa "corrida contra o tempo" com a variante Ómicron, diz Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, durante uma visita a Riga, na Letónia.
A União Europeia salienta a seriedade que representa a ameaça da nova variante e acrescenta que os cientistas e fabricantes precisam de duas a três semanas para "obter uma imagem completa da qualidade das mutações”.
Von der Leyen diz que é uma "variante preocupante", apesar de ainda não se conhecer bem o comportamento da variante Ómicron, e recordou que o contrato com a BioNTech-Pfizer, para produção da vacina contra a Covid-19, inclui uma cláusula que prevê a sua adaptação a novas variantes que possam surgir no espaço de 100 dias.
A vacinação no mundo está também a preocupar a presidente da Comissão Europeia que alerta para a rapidez dos países na imunização.
A importância do uso da máscara, a higiene das mãos e o distanciamento social para “ganhar tempo” até se saber mais sobre a variante, foram algumas das indicações deixadas esta noite.
Até agora, 65,9% da população da União Europeia está totalmente vacinada, de acordo com o painel do Centro Europeu para Prevenção e Controlo de Doenças.
Nova variante atravessa o Atlântico
A nova variante da Covid-19 surgiu na África austral, levando vários países a fechar as fronteiras a voos oriundos desta região, incluindo Moçambique.
Esta segunda-feira surgiu ainda a confirmação de dois novos casos no Canadá, detetados em passageiros que tinham regressado há poucos dias da Nigéria, ou seja fora da África Austral, o que demonstra que a variante já se espalhou também no continente africano.
Diferentes países europeus confirmaram casos positivos, todos oriundos de África, mas em Portugal, apesar de haver casos sob investigação, segundo a DGS, não há confirmações ainda.
Os peritos acrescentaram que a variante parece aumentar o risco de reinfecção (a hipótese de uma pessoa que já teve Covid-19 voltar a contrair a doença), mas que "não é ainda claro se é mais contagiosa".
Sobre a resposta dos tratamentos contra a Covid-19, os cientistas observaram que os corticosteroides e os antagonistas da interleucina-6 (IL6) parecem continuar a ser eficazes em pacientes graves, não havendo ainda conclusões sobre a resposta das vacinas existentes à variante Ómicron.
A Ómicron, cujos primeiros casos foram detetados há 15 dias e que é motivo de preocupação devido às mais de 30 mutações que foram identificadas, foi considerada uma "variante de preocupação" pelo grupo de peritos da OMS na sexta-feira, exigindo uma monitorização especial por laboratórios de todo o mundo.