Portugal é um dos países da Europa com mais acidentes vasculares cerebrais (AVC). O alerta é lançado por Miguel Rodrigues, médico neurologista e membro da Sociedade Portuguesa do AVC.
No dia do AVC, que se assinala esta terça-feira, Miguel Rodrigues lembrou que “o acidente vascular cerebral é muito comum em Portugal”, estimando entre “22 mil a 30 mil pessoas por ano a ter um acidente vascular cerebral.
Miguel Rodrigues diz que Portugal é “o pais na Europa onde há mais acidentes vasculares e não está a diminuir”, sendo um dos motivos principais para esse cenário a idade da população.
Mas se a idade é um fator de risco que não se pode mudar, outros há que podem ser atacados, lembra o especialista.
“O colesterol, o tabagismo e a diabetes são alguns dos principais fatores de risco. É possível controlar e melhorar esses fatores de risco de várias maneiras. Ter uma alimentação saudável, consumir menos sal ajuda no controlo da hipertensão, consumir menos gordura ajuda em relação ao colesterol”, exemplifica.
“Também é fundamental não beber bebidas alcoólicas e ir ao médico permitindo assim identificar outros fatores de risco, como é o caso de uma arritmia que é a fibrilhação auricular, muito comum acima dos 80 anos e que também é outro dos fatores de risco muito importantes para o AVC”, acrescenta Miguel Rodrigues.
A propósito deste dia o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) adianta, em comunicado, que o total de casos contabilizado dá uma média de 11 casos por dia. Ainda de acordo com o INEM, os distritos do Porto e de Lisboa registaram o maior número de encaminhamentos, com 819 e 702 casos, respetivamente.
O INEM alerta que as primeiras horas após o início dos sintomas de AVC (falta de força num braço, boca ao lado e dificuldade em falar) são essenciais para o socorro à vítima, pois é esta a "janela temporal" que garante a eficácia dos principais tratamentos.
O INEM aconselha, por isso, os cidadãos a ligar para o 112 sempre que as vítimas de doença súbita apresentem sinais ou sintomas de AVC para reduzir o número de doentes que recorrem aos hospitais pelos seus próprios meios, situação que, na maior parte dos casos, atrasa o início do tratamento da doença, reduzindo a sua eficácia.