Administradores hospitalares exigem equipamento de proteção para retomar consultas e cirurgias adiadas
18-04-2020 - 22:27
 • Hugo Monteiro com redação

Alexandre Lourenço deixa o alerta depois de ministra da Saúde anunciar que atendimento será retomado na próxima semana.

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É necessário definir critérios e garantir equipamento de proteção para que consultas e cirurgias não urgentes possam ser retomadas nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS). O alerta é da Associação de Administradores Hospitalares.

Esta chamada de atenção surge no dia em que a ministra Marta Temido assume que o atendimento regular nas unidades de saúde vai ser retomado, de forma progressiva, até ao final da próxima semana.

O presidente da associação, Alexandre Lourenço, explica o que deve ser feito antes desta retoma da atividade nos hospitais.

“Sejam estabelecidos circuitos muito claros de forma a que não se coloquem os doentes em risco. Por outro lado, que existam equipamentos de proteção individual para profissionais e para doentes, que existam testes regulares aos profissionais de saúde e aos doentes. Deve obedecer-se a um processo ordenado em que se garanta que todas as instituições obedecem a esses requisitos para aumentar essa atividade”, disse.

Alexandre Lourenço fala em centenas de milhar de atos médicos suspensos ou adiados.

“Existiram centenas de milhares de consultas que tiveram de ser canceladas para momento oportuno e também dezenas de milhar de cirurgias tiveram que ser adiadas, apesar de não serem cirurgias urgentes, não deixa de ser um número muito elevado de doentes que viu os seus tratamentos adiados”, refere.

O líder da associação acrescenta que “este processo vai estar muito dependente da nossa capacidade de controlar a epidemia porque é preciso ter muita flexibilidade na vertente dos cuidados específicos à Covid porque de um momento para o outro podemos ter de ser obrigados a realocar recursos a esta vertente”.

Alexandre Lourenço sublinha que, a partir de agora, o SNS vai ser diferente do que estamos habituados.

“Não vamos ter um SNS a funcionar como estava antes da pandemia. Vamos ter um SNS dual, que vai ter de dar resposta à Covid-19 e ter de encontrar soluções. Evidentemente vão ter que existir recursos adicionais para que o sistema funcione de forma adequada”, referiu.