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O ex-presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, considera que os bancos devem emprestar dinheiro às empresas a custo zero com garantias estatais a esses créditos. Num artigo de opinião publicado no “Financial Times”, Mario Draghi defende que é necessário mobilizar todo o sistema financeiro face ao choque económico causado pela covid-19 e que só assim se poderá evitar a perda de empregos e de capacidade produtiva.
Draghi, que saiu do BCE em 2019, compara esta pandemia a uma “tragédia humana potencialmente de proporções bíblicas”, o que vai obrigar os governos a tomarem medidas acarretam elevados custos económicos para poderem proteger vidas humanas.
Face a esta situação, prevê que “a resposta envolve um aumento significativo da dívida pública” e acrescenta que “uma profunda recessão é inevitável”. Desafia, portanto, os governantes a agir com força e rapidez suficiente para prevenir que a crise se transforme numa prolongada recessão com danos irreversíveis.
Muitas empresas não conseguirão pagar empréstimos
Para Draghi, os trabalhadores que não conseguirem manter os seus empregos têm que ser subsidiados, mas o mais importante é ajudar as empresas a manterem os postos de trabalho e é aí que entram os bancos. Alerta também para a possibilidade de, mesmo a custo zero, algumas empresas não conseguirem saldar as suas dívidas e nesses casos defende o cancelamento dessas dívidas.
Só assim, garante o ex-governador do Banco Central Europeu, será possível evitar a destruição permanente de grande parte da capacidade produtiva da economia e, logo, das receitas do Estado. Apesar de reconhecer que a Europa possui uma estrutura financeira que permite canalizar recursos para a economia e um setor público forte, capaz de coordenar uma resposta política rápida, Draghi diz que a rapidez é essencial para a eficácia
Em Portugal, o Governo disponibilizou linhas de crédito garantidas pelo Estado no valor total de 3.000 milhões de euros para financiar necessidades de tesouraria e fundo de maneio de empresas, valor que os bancos consideram muito baixo face às necessidades das empresas afetadas pela severa crise provocada pela covid-19.