"Os produtores devem escolher entre contribuir para o aprofundamento da crise climática ou tornar-se parte da solução, adotando a mudança para a energia limpa", diz o relatório da Agência Internacional de Energia (AIE) divulgado esta quinta-feira.
A publicação deste relatório a uma semana da COP 28 não é coincidência. A AIE quer pressionar os governos para que se chegue a um acordo em relação à redução de combustíveis fósseis, diz a BBC.
A cimeira do clima tem início no dia 30 de janeiro no Dubai e as divisões já se fizeram sentir. Al Jaber, o presidente da COP 28 é também diretor executivo de uma das maiores empresas produtoras de petróleo do mundo e não pretende diminuir a produção.
Além disso, defende que o petróleo e o gás não devem ser completamente eliminados da equação e que o mundo continuará a precisar destes recursos, algo que o órgão de ciência climática da ONU, o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), reconheceu, confirma a BBC.
Os produtores de combustíveis fósseis são responsáveis apenas por 1% de todo o investimento feito em energia limpa no mundo.
Para Brendan Curran, investigador de políticas do Instituto de Investigação Grantham em Alterações Climáticas e Ambiente, não se está a fazer o suficiente, já que "os níveis reais de investimento na transição para o setor net zero são insignificantes". Além disso, "as empresas de petróleo e gás têm vindo a registar lucros recordes".
As emissões net zero são um equiílibrio entre os gases de efeito estufa provenientes da atividade humana e a redução de emissões.
O relatório estima que o mundo teria de remover cerca de 32 mil milhões de toneladas de carbono para impedir o aumento médio da tempertaura em 1,5ºC.
As críticas vão também para países que estão a investir na perfuração de petróleo, como forma de fornecer segurança energética, caso do Reino Unido.