“Um pequeno passo para um homem, um salto gigantesco para a humanidade”. Foi esta a frase que ficou para a História, proferida pelo norte-americano Neil Armstrong há 50 anos.
O mundo parou naquele dia de julho para assistir ao momento em que os astronautas desceram do módulo lunar “Eagle” e pisaram a Lua. Era a quinta missão tripulada do programa “Apollo” da agência espacial norte-americana (NASA).
Mas será que já sabe tudo sobre esta viagem ao espaço?
“Bela vista!”
O astronauta Neil Armstrong fez história ao tornar-se no primeiro homem a pisar a Lua, mas não estava sozinho quando tal aconteceu. Com Armstrong viajaram Michael Collis e Edwin Eugene Aldrin, conhecido como “Buzz” Aldrin.
Foi Aldrin que filmou, a partir do módulo lunar, Neil Armstrong a pronunciar a famosa frase que o mundo inteiro ouviu e decorou. Passados 19 minutos, o piloto juntou-se ao engenheiro espacial e comentou: “Bela vista!”, ao que Armstrong acrescentou: “magnífica desolação”, referindo-se à superfície lunar.
Estavam a 380 mil quilómetros de distância da Terra – o planeta que, da Lua, parecia ter o tamanho de um berlinde – e ali permaneceram, em solo lunar, durante 23 horas.
Como homem religioso que era, “Buzz” Aldrin quis também ser o primeiro a ler uma passagem da Bíblia. Escolheu uma do Evangelho de São João e a seguir comungou.
O terceiro astronauta no foguetão “Saturno V” era Michael Collins, que ficou na nave e foi o responsável pela criação do que viria a ser o símbolo da missão, utilizado até hoje: uma águia com um ramo de oliveira nas garras.
Depois da viagem à Lua, Collins deixou a carreira de astronauta e tornou-se empresário.
O programa “Apollo” contou, no total, com cerca de 400 mil profissionais, entre engenheiros, técnicos e cientistas.
Envelopes autografados como seguro de vida
Armstrong, Collins e Aldrin não tiveram qualquer seguro convencional para indemnizar as suas famílias em caso de morte. As empresas seguradoras não quiseram prestar esses serviços por considerar “demasiado arriscado”.
Se os astronautas morressem em missão, a NASA ofereceria um seguro de vida básico, mas que não deixava os três homens descansados quanto ao futuro das suas famílias.
Lembraram-se, por isso, de assinar “envelopes comemorativos” com fotos e selos da “Apollo 11”, algo que serviria de ‘souvenir’ com o qual as famílias poderiam ganhar algum dinheiro se vendessem.
“Em caso de desastre lunar”…
Bill Safire era o responsável pelos discursos presidenciais, em 1969, e ficou encarregado de preparar um texto para ser lido pelo Presidente Richard Nixon, no caso de acontecer um acidente e os astronautas morrerem.
Intitulado “Em caso de desastre lunar”, o discurso começava com a seguinte frase: “Quis o destino que os homens que foram à Lua para explorar em paz ficassem na Lua para descansar em paz”.
O texto seguia com palavras que elogiavam a valentia dos três astronautas.
Uma bomba nuclear
Pouca gente saberá que o foguetão “Saturno V” equivalia a uma bomba nuclear. O projétil pesava mais de 2.800 toneladas, tinha 111 metros de altura e ultrapassava em 18 metros a estátua da Liberdade.
Para o seu lançamento, o “Saturno V” gerou 34,5 milhões de newtons de força na impulsão. Devido ao imenso calor que produziu, quem assistiu ao lançamento teve de ficar a uma distância de cinco quilómetros.
Assim, os espectadores só ouviram o motor da nave 15 segundos depois. Para quem assistiu, foi como se a nave espacial tivesse decolado em silêncio.
A ligação ao nazismo
O “cérebro” que esteve por trás do foguetão que levou a missão “Apollo 11” ao espaço foi Wernher Von Braun, um alemão e antigo cientista nazi. Von Braun desenvolveu o programa de foguetões “V2”, de Adolf Hitler, durante a Segunda Guerra Mundial.
Como cidadão norte-americano, alegou que o seu envolvimento no “V2” teve apenas como objetivo evoluir na sua carreira e concretizar o “trabalho da sua vida”, que era ser engenheiro e desenvolver foguetões.
Mais passos na Lua
O Presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou a intenção de levar novamente astronautas à Lua. Para tal, reforçou o orçamento da NASA em 1,6 mil milhões de dólares, para que a agência espacial possa voltar ao espaço em "grande forma".
O lançamento da próxima missão, designada “Ártemis” (deusa da Lua e irmã gémea de Apollo na mitologia greco-romana), está previsto para 2024. A bordo seguirá, entre os membros da tripulação, uma mulher.