A Cáritas Internacional pediu aos governos que promovam ações concretas com vista à prevenção e proteção das vítimas do crime de tráfico humano.
Em comunicado divulgado nesta segunda-feira, esta confederação de organizações humanitárias solicita "aos governos que implementem o Protocolo de Palermo e outras convenções importantes, melhorem os serviços de proteção e solidariedade para os sobreviventes do tráfico entre deslocados, que estabeleçam planos nacionais anti tráfico e que assegurem que as vítimas recebam cuidado, proteção qualificada e acesso à justiça".
Na véspera do Dia Internacional de Oração e Reflexão contra o Tráfico de Pessoas, promovido pela Igreja Católica, a Cáritas apela a uma "onda de solidariedade" e ações concretas para prevenir e acabar com o tráfico humano.
O secretário-geral deste organismo, Aloysius John, sublinha que "os 162 membros da nossa confederação estão em contactos diários com estas pessoas que são obrigadas a realizar trabalho duro e perigoso ou envolver-se em atos sexuais comerciais. Alguns são levados à força, outros são atraídos para a armadilha. Mas todos eles passam por condições terríveis".
Aloysius John refere a impossibilidade de acabar com o tráfico humano sem enfrentar as causas profundas que obrigaram as pessoas a fugir e a exporem-se à exploração: "pobreza extrema, também provocada por alterações climáticas e degradação ambiental, conflitos e violência".
O dirigente diz ainda que, tal como o Papa afirma, "deveríamos ser promotores de uma economia de cuidado", que "cuida do trabalho, criando oportunidades de emprego que não exploram os trabalhadores através de condições de trabalho degradantes e horas extenuantes".
Na celebração da festa litúrgica de Santa Josefina Bakhita, religiosa sudanesa que viveu a escravatura, a Cáritas Internacional apela a todas as pessoas para "contrariarem a cultura da indiferença e exclusão que tantas vezes envolve as vítimas de tráfico".