O Governo desdramatiza as conclusões do estudo da Cáritas, conhecidas esta terça-feira, que apontam para uma situação de precariedade entre os jovens no mercado de trabalho.
O ministro do Trabalho, da Solidariedade e da Segurança Social, José Vieira da Silva, sustenta que o cenário não é tão desfavorável, dado que existe “um conjunto de indicadores que mostram claramente que tem havido uma evolução positiva”.
“O emprego jovem tem crescido mais do que o emprego global - e o emprego global tem crescido muito ao logo dos últimos anos. O número de jovens que estão em situação de estarem fora do emprego, da formação profissional e fora da educação continua a cair e atingiu o seu valor mais baixo no último inquérito trimestral do INE [Instituto Nacional de Estatística] e também as taxas de pobreza têm evoluído positivamente”, aponta.
Em declarações aos jornalistas, esta terça-feira, em Lisboa, Vieira da Silva realça ainda “os últimos dados que conhecemos e que conhecemos há poucos dias” e que “apontam para uma significativa redução do abandono escolar precoce, que é uma variável chave: não existe uma melhoria sustentável da situação da nossa juventude senão nos aproximarmos rapidamente de valores que são aqueles que constam das metas europeias em matéria de abandono escolar”.
O abandono escolar é um dos fatores de pobreza apontados pelo relatório da Cáritas, segundo o qual as sucessivas políticas não têm contribuído para inverter a situação de pobreza e precariedade entre os jovens.
Em declarações à Renascença, o presidente da Cáritas, Eugénio Fonseca, denuncia o excesso de estágios e o abuso de recibos verdes quando se trata de contratar os mais novos. Na opinião do presidente da instituição, a solução passa por melhores salários, através de uma melhor distribuição da riqueza, e pela aposta na escolaridade.