O Presidente ucraniano defendeu em entrevista ao Washington Post que as nações ocidentais deviam proibir a entrada dos cidadãos russos nos seus países.
Na sua opinião, as sanções mais importantes contra Moscovo seriam o fecho de fronteiras, argumentando que “os russos estão a tirar a terra de outra pessoa”.
Segundo Zelensky, os russos deveriam “viver no seu próprio mundo até que mudem de filosofia”.
Alguns críticos têm argumentado que proibir todos os russos afetaria injustamente aqueles que deixaram o seu país porque discordam do Governo do Presidente Vladimir Putin e a sua decisão de atacar a Ucrânia. Mas o líder ucraniano considera que tais distinções não importam: “Qualquer tipo de russo ... fazê-los ir para a Rússia. Eles vão entender então”.
“Eles vão dizer: 'Esta [guerra] não tem nada a ver connosco. Toda a população não pode ser responsabilizada, não é? Pode ser que não seja. A população escolheu este Governo e eles não estão lutando contra isso, não discutindo com ele, não gritando com ele”, atira.
Já no seu discurso vídeo noturno, que publica diariamente, o Presidente ucraniano levantou o espetro do desastre de Chernobyl e pediu novas sanções contra a Rússia, na sequência de novos ataques contra a central nuclear de Zaporíjia, ocupada pelos russos.
“O mundo não deve esquecer Chernobyl e o facto de que Zaporíjia é a maior central da Europa. O desastre de Chernobyl [em 1986] foi a explosão de um reator e a central de Zaporijia tem seis reatores”, alertou Zelensky.
O local da fábrica, no sul da Ucrânia, está sob controlo russo desde 4 de março. Foi bombardeada duas vezes no final da semana passada, incluindo perto de um reator. Kiev e Moscovo culparam-se mutuamente pelos ataques.
Líderes mundiais e especialistas já pediram às forças de ocupação russas e aos defensores ucranianos que declarem uma zona livre de militares em torno do local e deixem os inspetores internacionais entrarem.
A Rússia indicou na segunda-feira que está pronta para facilitar uma visita de técnicos da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) à central nuclear de Zaporíjia, controlada pelas forças de Moscovo, avançou a agência RIA Novosti, que cita o representante russo junto a organização que tem sede em Viena.
O Governo ucraniano que tinha até aqui rejeitado uma visita de peritos à maior central nuclear da Europa, argumentando que isso constituiria o reconhecimento da ocupação russa, acabou de cedeu quando a Rússia afirmou que está pronta “a facilitar” a visita.