A reitora da Universidade de Évora (UÉ), Hermínia Vasconcelos Vilar, alertou para o subfinanciamento da academia, considerando que o aumento do orçamento previsto para 2023 é “insuficiente” para “fazer face” à subida da inflação.
“O aumento do orçamento previsto para 2023, na ordem dos 2,7%, não é de forma nenhuma suficiente para fazer face a todos os aumentos com os quais a universidade se confronta já este ano e com os quais se vai confrontar no próximo ano”, afirmou esta terça-feira.
Com a ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Elvira Fortunato, presente na cerimónia, a reitora referiu que “toda a atividade” da academia “é desenvolvida num quadro de fortes constrangimentos financeiros”.
Hermínia Vasconcelos Vilar discursava na sessão solene que marcou o início do ano letivo na UÉ, no âmbito das comemorações do Dia da Universidade, que assinala a fundação da Universidade Jesuíta, em 1559.
No final da sessão, em declarações aos jornalistas, a reitora da UÉ indicou que a instituição alentejana vai receber mais “cerca de um milhão de euros”, que corresponde ao aumento de 2,7% no orçamento do setor previsto para 2023.
Já o que a academia prevê gastar, no próximo ano, com energia elétrica é “o dobro” do que gastou em 2019, adiantou, salientando que “a previsão já está em 1,5 milhões de euros”, quando, há três anos, o valor pago rondou os “680 mil euros”.
Reconhecendo que “a tutela está consciente das dificuldades”, Hermínia Vasconcelos Vilar defendeu que “tem de haver um apoio específico para esta área, que não passa pelo aumento de 2,7% para o orçamento do próximo ano”.
Também em declarações aos jornalistas, a ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Elvira Fortunato, partilhou das mesmas preocupações, assinalando que “são transversais às 34 instituições de ensino superior que existem em Portugal”.
“Temos um reforço ainda este ano e vamos ter um aumento de 4,7% para o próximo Orçamento do Estado. Por outro lado, as instituições de ensino superior têm outras formas de financiamento”, vincou.
Enumerando possibilidades de universidades e politécnicos conseguirem verbas, a ministra apontou a necessidade de serem criadas “sinergias” com outros atores e “não olharem só para o Orçamento do Estado como sendo a única fonte de financiamento”, afirmou.