A ministra da Defesa Nacional, Helena Carreiras, está esta sexta-feira em Kiev, a convite do seu homólogo ucraniano, no dia em que se assinala um ano do início da invasão russa.
Carreiras é a única ministra da Defesa estrangeira presente no evento da presidência ucraniana desta manhã, presidido por Zelensky. As restantes representações foram feitas por embaixadores.
Por razões de segurança, não são ainda conhecidos detalhes sobre o programa da visita que acontece a convite do ministro da Defesa ucraniano, Oleksii Reznikov, que acompanhou Carreiras na cerimónia.
No início do mês, o primeiro-ministro António Costa anunciou que Portugal tem em execução o plano de manutenção dos tanques Leopard 02 e que está em condições de dispensar três para a Ucrânia no próximo mês de março.
No dia 14 de fevereiro, em Bruxelas, Helena Carreiras disse que Portugal, neste momento, não pode fornecer mais armamento à Ucrânia, apesar do apelo do secretário-geral da NATO nessa semana, justificando esta posição com a necessidade de equilibrar o auxílio a Kiev com as capacidades portuguesas.
A ministra concordou com o secretário-geral, mas defendeu “o equilíbrio”: “Nós ajudámos a Ucrânia, ajudamo-la com o material que podemos disponibilizar em cada momento, procurando o equilíbrio entre essa ajuda e a manutenção das nossas capacidades.”
Portugal mantém o final de março como o prazo para entrega dos Leopard 02 e está a trabalhar com a Alemanha para conseguir colocá-los no território ucraniano por essa altura.
No passado dia 20 de janeiro, o Ministério da Defesa anunciou que Portugal ia enviar mais 14 viaturas blindadas M113 e oito geradores elétricos de grande capacidade para a Ucrânia, elevando “para 532 toneladas o total de equipamento militar, letal e não letal” fornecido ao país.
“Portugal vai enviar para a Ucrânia um segundo conjunto de 14 viaturas blindadas de transporte de pessoal M113, oito geradores de grande capacidade para produção de energia elétrica, mais munições de 120mm e mais duas toneladas de equipamento médico e sanitário”, lia-se num comunicado do Ministério da Defesa à data, divulgado após uma reunião do Grupo de Contacto para a Defesa da Ucrânia, que decorreu naquele dia na Alemanha.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14 milhões de pessoas – 6,5 milhões de deslocados internos e mais de oito milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Neste momento, pelo menos 17,7 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.
A invasão russa – justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 7.199 civis mortos e 11.756 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
[notícia atualizada às 08h05 de 24 de fevereiro de 2023]