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A região Norte é a que tem "maior pressão" nesta altura, mas o Serviço Nacional de Saúde (SNS) reforçou o número de camas Covid-19 nos últimos dias, avança o secretário de Estado da Saúde, Diogo Serras Lopes.
“O SNS respondeu, está a responder e vai continuar a responder à pandemia e ao seu impacto. Em comparação com 15 de outubro, foram disponibilizadas ontem [quinta-feira] para doentes Covid mais 617 camas de enfermaria e mais 93 camas em unidades de cuidados intensivos (UCI) dentro do SNS”, disse o governante em conferência de imprensa de balanço da pandemia.
Portugal regista esta sexta-feira um novo máximo de casos e de mortes por Covid-19, avança a Direção-Geral da Saúde. Nas últimas 24 horas, morreram 40 pessoas e há mais 4.656 infetados com o novo coronavírus.
Desde a chegada da Covid-19 ao país, há um total de 2.468 mortes e 137.272 casos.
O número de doentes internados em unidades de cuidados intensivos (UCI) também atinge um novo recorde desde o início da pandemia. Há agora 275 pessoas em UCI, mais seis em comparação com o balanço de ontem.
Os dados de quinta-feira mostram que a taxa de ocupação em enfermaria de camas Covid-19 foi de 84% e 81% em cuidados intensivos, revelou hoje o secretário de Estado da Saúde.
Por região, a taxa de ocupação de camas em UCI é de 88% no Norte e de 84% em Lisboa e Vale do Tejo.
A taxa de ocupação de camas de enfermaria para doentes covid é de 89% no Norte e 82% em LVT.
Diogo Serras Lopes afirma que o “Norte é a região com maior pressão”, mas a capacidade está assegurada porque o sistema é “elástico e tem capacidade de expansão”.
“Na ARS Norte já existem doentes covid numa instituição de saúde privada que acionou convenção com a ARS Norte e recebeu doentes do Centro Hospitalar Tâmega e Sousa”, sublinha o secretário de Estado.
Em relação à colaboração dos setores privado e social para acolher doentes covid e não covid, para reduzir a pressão sobre o SNS, Serras Lopes afirma que "não há uma questão de entrega ou não de planos. Há disponibilidade que pode ser importante do setor privado e social para doentes covid e não covid. Sempre trabalhámos com estes setores”.
Nos últimos sete dias, Portugal registou uma média diária de de 3.546 novos casos de Covid-19, face aos 2.363 e 1.711 em cada uma das duas semanas anteriores, afirma o secretário de Estado da Saúde.
"Estes números são claramente superiores aos verificados em março e abril deste ano e colocam pressão sobre o SNS, apesar da preparação realizada ao longo destes meses", frisa Diogo Serras Lopes.
Esperança numa vacina até ao princípio de 2021
No dia em que Portugal atinge um recorde de mortes, novos casos e doentes em cuidados intensivos, o secretário de Estado alerta que as próximas semanas vão ser difíceis e apela a todos os cidadãos que tenham o máximo de cuidado nos seus contactos para travar a pandemia.
Em relação a uma vacina para a Covid-19, Serras Lopes diz que o Governo está a par dos mais recentes desenvolvimentos e mostra-se "convicto e esperançoso que estão a ser dados bons passos para haver uma vacina entre final deste ano e princípio do próximo, em quantidades limitadas".
"Portugal faz parte da compra europeia de vacinas, é algo que aguardamos com expetaitva que se venha a concretizar", salienta.
Há planos de vacinação que "estão a ser delineados" e existem vários cenários em cima da mesa, que vão ser postos em prática consoante a disponibilidade de vacinas.
Em relação ao excesso de mortalidade em Portugal, confirmado esta sexta-feira pelo INE, o secretário de Estado não quer avançar conclusões e diz que "é algo que tem de ser estudado cuidadosamente, exige codificação das várias patologias inerentes aos óbitos e esses estudos demoram, têm que ser feitos de forma cuidadosa. Para já, tirar conclusões sobre este tema não tem enorme utilidade".
Questionado sobre o eventual cancelamento da corrida de MotoGP, marcada para novembro no Autódromo do Algarve, Serras Lopes não respondeu diretamente à questão, mas salientou que "a evolução da pandemia faz com que todas as medidas e todos os eventos sejam permanentemente avaliado e sejam tomadas as melhores decisões em função da evolução da pandemia”.