Porto de Lisboa. Empresa acusa estivadores de manterem greve ilegal
19-03-2020 - 14:16
O problema já se arrastava e agravou-se com a entrada em vigor do Estado de Emergência, porque os trabalhadores não levantaram a greve, como manda a lei.
Os estivadores e a administração do Porto de Lisboa estão em confronto aberto. A empresa acusa os trabalhadores de se manterem "ilegalmente em greve", os estivadores falam em "lockout" patronal "criminoso".
As duas partes apelam à intervenção das autoridades. Entretanto, está em causa o abastecimento através do porto de Lisboa.
O problema já se arrastava e agravou-se com a entrada em vigor do Estado de Emergência, porque os trabalhadores não levantaram a greve, como manda a lei.
A denúncia é da SOTAGUS, que opera o porto de Lisboa. A empresa diz que a maioria dos trabalhadores no quadro está em incumprimento: dos 29 que deveriam ter-se apresentado às 8 da manhã ao serviço, apenas apareceram 5, o que não permite formar uma equipa mínima para trabalhar nos navios.
A Sotagus aponta a responsabilidade para o Sindicato dos Estivadores de Lisboa, que acusa de comprometer o abastecimento de alimentos e material médico aos Açores e à Madeira.
Na resposta, o sindicato diz que em causa estão interesses económicos de operadores portuários. Para se perceber esta contenda, no porto de Lisboa há estivadores a trabalhar para empresas de estiva, e outros para a empresa de trabalho portuário. Segundo o sindicato, estes últimos, que representam metade da força de trabalho, estão a ser impedidos desde terça feira de acederem aos terminais, porque terá cessado o contrato de trabalho. O SEAL diz que é mentira, acusa a entidade patronal de lockout criminoso e exige a intervenção do governo.