Prosseguem os problemas para os utentes da Soflusa. A empresa anunciou, para esta terça-feira, a supressão de 40 ligações entre o Barreiro e Lisboa, em especial nas horas de ponta.
No site, a empresa volta a alegar “constrangimentos laborais”.
Também na quinta e na sexta-feira passadas registaram perturbações no serviço devido à greve dos mestres, que estão em luta pela contratação de mais profissionais e contra a sobrecarga de trabalho.
Está já prevista uma nova paralisação parcial, de três horas por turno, entre 3 e 7 de junho.
Apesar de os utentes considerarem que as constantes supressões são já um problema "crónico", nas últimas semanas o terminal tem registado uma maior concentração porque os barcos não são suficientes para escoar e os meios de transporte alternativos, como a Fertagus (comboio), "não são válidos" por se situarem longe do concelho.
Perante estes constrangimentos, os passageiros - ouvidos pela Lusa - consideram que a situação "é absolutamente inadmissível do lado da administração".
"Pelo que me tenho apercebido, nem é a questão da greve às horas extraordinárias, falta efetivamente gente para fazer as carreiras", considerou Alexandre Custódio.
Também Carla realçou que "os mestres têm razão" e que existe "pouca diferença entre o ordenado dos mestres e dos marinheiros", o que faz com que os segundos profissionais não concorram aos concursos para ascender na carreira, uma vez que o salário não aumenta muito, mas "a responsabilidade é maior".
Desde 10 de maio que as ligações fluviais entre o Barreiro e Lisboa têm registado várias perturbações devido à falta de mestres.
O cenário piorou com a paralisação parcial em dois dias e com a greve às horas extraordinárias, que se deve prolongar até ao final do ano.
Segundo a Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (Fectrans), na Soflusa trabalham 21 mestres, dos quais três se encontram de baixa médica, mas são necessários pelo menos 24 para o serviço funcionar com qualidade.