Dois membros da direção do comité de coordenação para a transferência pacífica do poder na Bielorrússia foram detidos em Minsk.
"Os serviços especiais acabam de deter Olga Kovalkova e Serguei Dilevski e levaram-nos numa carrinha policial", informou a emissora televisiva Belsat.
Kovalkova e Dilevski foram detidos na entrada da fábrica de tratores de Minsk, cujos trabalhadores se declararam em greve de solidariedade com a oposição bielorrussa, precisou o canal.
As autoridades bielorrussas iniciaram na semana passada um processo penal contra o conselho coordenador criado na Bielorrússia após as eleições presidenciais de 9 de agosto, cujos resultados são rejeitados pela oposição e por vários países ocidentais.
Segundo o Presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, a criação do órgão da oposição é uma tentativa de tomar o poder no país.
"Temos recursos suficientes para esfriar algumas cabeças quentes", advertiu Lukashenko, que descartou o diálogo com membros do comité de coordenação.
O chefe de Estado também ameaçou despedir os professores que apoiem os protestos da oposição, numa reunião com o ministro da Educação, Igor Karpenko, sobre o início do ano letivo, que começa a 1 de setembro.
Segundo a agência estatal bielorrussa Belta, Lukashenko, no poder há 26 anos e que a oposição acusa de ter falsificado os resultados eleitorais, pediu que os professores sejam defendidos de todos os ataques e pressões, mas alertou que "se alguns se passaram para o outro lado" ter-se-á de "tomar medidas contra eles".
No domingo várias cidades bielorrussas foram palco de novos protestos contra os resultados das presidenciais que deram o sexto mandato a Lukashenko com 80% dos votos.
A principal manifestação da oposição decorreu em Minsk e terá contado com cerca de 150.000 pessoas, segundo estimativas de media bielorrussos independentes.