França cumpre esta quinta-feira o seu 12.º de protestos contra o aumento da idade para a reforma. Nas ruas de Paris estão, segundo sindicatos, mais de 400 mil pessoas.
Ouvida pela Renascença, uma professora portuguesa a viver em França reforça a vontade de “insistir” nos protestos, para responder a um governo de Emmanuel Macron que também não recua.
“A área do ensino tem sido muito maltratada, os salários estão cada vez mais baixos e as reformas que este governo tem feito atacam muito o serviço público. E o problema das pensões vem acrescentar um peso ao emprego, que tem condições cada vez mais difíceis”, afirma Matilde Barahona entre os protestos em Paris.
Na manifestação, a professora pede “melhores condições de trabalho, menos alunos por turma, serviço público de qualidade”. “E, claro, a abolição desta reforma das pensões.”
Esta sexta-feira, o Conselho Constitucional francês vai pronunciar-se sobre a constitucionalidade da nova lei, que aumenta de 62 para 64 anos a idade de reforma.
Para Matilde Barahona, a decisão não contará para muito. “O governo está determinado em seguir em frente. Do conselho constitucional haverá uma opinião jurídica, mas o problema desta lei é essencialmente político”, afirma.
A professora concluiu assim que a “injustiça” do aumento da idade de reforma é uma “questão de escolha, não um problema jurídico”.