A justiça sul-africana deve dar por encerrado esta sexta-feira o processo de extradição do ex-banqueiro João Rendeiro, encontrado morto na sua cela a 13 de maio, com uma sessão em tribunal na qual deve ser entregue o certificado de óbito.
A 14 de maio o Ministério Público sul-africano confirmou que iria manter aquela que seria a sessão preparatória de julgamento de João Rendeiro, agendada há meses para esta sexta-feira, com o objetivo de apresentar o certificado de óbito do ex-banqueiro, necessário para encerrar as diligências do processo de extradição.
Na altura, a advogada sul-africana que representava João Rendeiro, June Marks, adiantou que não iria estar presente em tribunal por ter deixado, entretanto, a representação legal do ex-banqueiro, facto do qual já tinha notificado o tribunal.
O corpo do ex-banqueiro João Rendeiro permanecia na terça-feira na morgue de Pinetown, subúrbios da cidade sul-africana de Durban, a aguardar ser recolhido pelas autoridades portuguesas, depois de realizada a autópsia nesse mesmo dia.
A autópsia do antigo presidente do Banco Privado Português (BPP) foi realizada por uma especialista forense sul-africana na presença da Polícia da África do Sul (SAPS), que está a investigar as circunstâncias da morte do ex-banqueiro por enforcamento na prisão de Westville, disse fonte da morgue à Lusa.
Na quinta-feira, fonte ligada ao processo adiantou à Lusa que a família já submeteu o pedido para dar início ao processo de trasladação, havendo contacto com as entidades consulares na África do Sul e com o Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) em Portugal.
João Rendeiro, de 69 anos, foi encontrado morto cerca da meia-noite na prisão de Westville e deveria ser presente em tribunal na manhã do dia seguinte, segundo uma nota do Departamento de Serviços Penitenciários da África do Sul.
O antigo presidente do BPP estava detido na África do Sul desde 11 de dezembro de 2021 a aguardar extradição, após três meses de fuga à justiça portuguesa para não cumprir pena em Portugal.