A Jihad Islâmica voltou esta segunda-feira a rejeitar qualquer troca de prisioneiros e reféns sem que antes se cessem de forma permanente os ataques de Israel contra a Faixa de Gaza e enquanto as forças israelitas permanecerem no enclave palestiniano.
"A questão da troca de prisioneiros e detidos não é discutida a menos que a agressão contra Gaza pare e as forças israelitas se retirem", disse o subsecretário-geral da Jihad Islâmica, Mohamed Al-Hindi, após uma reunião com o Serviço Geral de Inteligência do Egito, no Cairo.
Na reunião, a delegação do movimento palestiniano, liderada pelo secretário-geral, Ziad Najalah, avaliou diferentes posições e discutiu a proposta apresentada pelo Egito no domingo.
Como país mediador no conflito entre Israel e o grupo islamita palestiniano Hamas, o Egito apresentou ao grupo islâmico um plano de três pontos: o primeiro prevê uma trégua de duas a três semanas em troca da libertação de 40 reféns israelitas detidos pelo Hamas.
O segundo ponto propõe um processo de conversações inter-palestinianas que conduza à formação de um governo tecnocrático em Gaza.
O terceiro e último ponto propõe a cessação total da guerra, um acordo global de troca de prisioneiros e reféns entre as duas partes e a retirada de Israel de Gaza, disseram as fontes.
O subsecretário-geral da Jihad Islâmica insistiu que "o futuro de Gaza não pode ser separado do futuro da Cisjordânia" e afirmou que "a resistência tem capacidades que lhe permitem continuar a lutar por um longo período, mais longo do que todos esperam".
Além disso, Al-Hindi disse que "os líderes israelitas estão a promover declarações populistas com o objetivo de reunir a extrema-direita em torno deles", embora "essas declarações não tenham sucesso e sejam em vão".
Segundo fontes diplomáticas palestinianas, uma delegação do Hamas discutirá no Qatar, onde está localizado o seu escritório político, os detalhes desta proposta que o Egito também lhe apresentou.
A Jihad Islâmica é uma organização radical palestiniana considerada terrorista por Israel, pelos Estados Unidos e pela União Europeia, que opera em Gaza, na Cisjordânia e nos campos de refugiados palestinianos no Líbano.
Ao contrário de outras fações palestinianas, a Jihad Islâmica recusa-se a participar em processos políticos de paz e insiste que a vitória militar sobre Israel é o único meio viável para alcançar o seu objetivo final: o estabelecimento de um Estado que se estende por Israel, Cisjordânia e Gaza.