Trump já respondeu às questões de Mueller, inquérito à ingerência russa na reta final
16-11-2018 - 18:07

Presidente diz que preparou respostas "facilmente" mas não avança quando pretende enviá-las ao procurador especial.

O Presidente norte-americano disse esta sexta-feira que já respondeu por escrito às questões do procurador especial Robert Mueller no âmbito da sua investigação à ingerência da Rússia nas eleições norte-americanas de 2016 e ao alegado conluio entre a equipa de Donald Trump e elementos do Kremlin durante a campanha.

Na Sala Oval da Casa Branca, Trump disse aos jornalistas que preparar as respostas por escrito "foi muito fácil", embora "seja sempre preciso ter cuidado". As respostas, acrescentou, ainda não foram enviadas a Mueller, o homem nomeado pelo Departamento de Justiça para investigar as suspeitas de interferência da Rússia -- que o Presidente continua a atacar nas redes sociais.

Na mesma conferência, o Presidente escusou-se a avançar informações sobre quando pretende enviar as respostas à equipa de Mueller. Também fez questão de garantir que foi ele quem escreveu as respostas e não os seus advogados e voltou a questionar as "motivações" de Mueller.

No âmbito destes inquéritos, a Casa Branca anunciou recentemente que não ia responder a quaisquer perguntas dos investigadores sobre questões relacionadas com o crime de obstrução à Justiça, de que Trump é suspeito.

A notícia de que a presidência já tem as respostas preparadas surge depois de a CNN ter avançado na quinta-feira que há crescente especulação em Washington sobre o fim iminente da investigação de Mueller.

Entre outros episódios, a equipa do procurador especial quer apurar se o filho mais velho do agora Presidente, Donald Trump Jr., cometeu crimes eleitorais ao aceitar encontrar-se com uma advogada do Kremlin que queria entregar informações danosas sobre Hillary Clinton à campanha do seu pai.

Sobre o Presidente pendem suspeitas de obstrução à Justiça por, entre outras razões, ter despedido James Comey da direção do FBI após este ter rejeitado as suas pressões para abandonar uma investigação ao então diretor do Conselho de Segurança Nacional, Michael Flynn, por causa de contactos suspeitos por ele mantidos com elementos do governo russo.