A Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) vai reunir esta quinta-feira vários especialistas, para debaterem os incêndios extremos, os seus factores e casos de estudo recentes.
A conferência surge no âmbito do projecto Firext, que visa “prevenir e preparar a sociedade para eventos extremos de fogo” e desafia a “ver a floresta e não somente as árvores”.
O projecto arrancou em Julho de 2016 e deverá estar concluído até Junho de 2019. É coordenado pela Universidade do Porto e envolve instituições de diversos países, tais como Portugal, Austrália, Canadá, França, Itália e EUA.
O Firextr tem como grande desafio “compreender os processos biofísicos e humanos que explicam a ocorrência de incêndios extremos”, com vista a desenvolver “estratégias mais eficientes de prevenção, preparação do risco de incêndio e criar sociedades e ecossistemas mais resilientes”.
O projecto parte do pressuposto de que os “incêndios extremos não são uma inevitabilidade” e defende, por isso, que “as comunidades e as sociedades têm que se prevenir e se preparar, atempadamente, para este tipo de eventos”.
Em síntese o Firext assenta no conceito “fire smart territories” (território inteligente ao fogo), através de uma abordagem social-ecológica em todas as etapas da gestão dos incêndios, principalmente as de prevenção e preparação.
De acordo com o programa divulgado pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, os especialistas vão também fazer uma abordagem ao grande incêndio de Pedrogão que, em Junho, vitimou 66 pessoas.
A tragédia de Pedrogão Grande vai ser analisada e debatida em várias vertentes, desde a meteorologia, o clima, o comportamento do fogo e a sua severidade e o impacto na comunidade.
A conferência, que terá lugar no auditório da Biblioteca Central da UTAD, conta com a participação de investigadores das universidades de Vila Real, Porto, Coimbra e Geórgia (Estados Unidos da América).