O Parlamento Europeu aprovou esta quarta-feira o relatório que defende a aplicação de sanções à Hungria, por quebra das regras democráticas, atropelos aos direitos civis e corrupção. O Partido Comunista Português votou contra.
A decisão inédita contra um Estado-membro deixa o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, mais isolado no seio da União Europeia e da sua própria família política, o Partido Popular Europeu (PPE).
A Hungria vai contestar a decisão do Parlamento Europeu, que descreve como uma “vingança mesquinha”.
A abertura de uma ação disciplinar contra o Governo de Budapeste recebeu 448 votos a favor e 197 contra, conseguindo o necessário apoio de dois terços necessários dos eurodeputados.
A Hungria pode até perder o direito de voto na União Europeia, o que terá de ser aprovado pelos líderes europeus e deverá contar com o veto da Polónia.
“A decisão de hoje do Parlamento Europeu é uma vingança mesquinha dos políticos pro-imigração contra a Hungria. A decisão é fraudulenta e contrária aos tratados europeus”, acusa o ministro húngaro dos Negócios Estrangeiros, Peter Szijjarto, em conferência de imprensa realizada em Budapeste.
Judith Sargentini, a eurodeputada que apresentou a proposta de sanções à Hungria, disse que “o Governo de Viktor Orbán tem liderado o ataque contra os valores europeus ao silenciar a comunicação social independente, substituindo os juízes críticos e colocando uma trela na academia”.
Pessoas próximas do Governo, amigos e família “estão a enriquecer à custa dos contribuintes húngaros e europeus”, acusa Judith Sargentini.
“O povo húngaro merecia melhor”, afirma a eurodeputado dos Verdes.