Um estudo apresentado durante um congresso norte-americano de psicologia sugere que a ausência de amigos tem um efeito equivalente ao do consumo de três quartos de um maço de cigarros por dia, ou seja,15 pauzinhos de tabaco amortalhado em papel de alcatrão.
Até aqui, todos tínhamos mais ou menos a noção de que viver sozinho é um fator de risco para depressões, demência, problemas cardiovasculares e diabetes. O risco de mortalidade é aumentado em 26%.
Em contrapartida, uma vida social preenchida reduz até 50% o risco de morte prematura.
Agora, será que existe um limite seguro para consumir tabaco? Um outro estudo, feito pela Universidade de São Paulo, pode dar uma ajuda na resposta. Quem fuma dois maços por dia durante dez anos e um por dia durante 20 anos apresenta um risco semelhante de ter doenças graves relacionadas com o fumo.
Ora, nesse cenário, se quem fuma um cigarro por dia tem 40% mais hipóteses de sofrer um enfarte do que um não fumador, isso significa que o fumador social que consome meio maço, 10 cigarros, durante o fim de semana entra neste intervalo de risco.
Dito isto, cada um é livre de fazer o que bem entender. Até viver sozinho. No entanto, se isso não for uma opção de vida, estar sozinho, como é o caso de muita população idosa, potencia as depressões e, em muitos casos, esse estado é o veículo para os consumos excessivos, do chocolate, ao 'fast-food', aos refrigerantes, ao café, aos cigarros e até coisas piores do que isso.
Por isso, se tem amigos dê graças a Deus. Podem ser sinónimo de saúde o que, vistas bem as coisas, coloca as nossas amizades ao nível dos bens mais preciosos que temos na vida.
Só precisa de cinco pessoas à sua volta para o fazer mais feliz. Bem, na verdade, é o número máximo de pessoas que consideramos verdadeiramente nossas amigas.
É Robert Dunbar, investigador da Universidade de Oxford, que defende que a nossa rede social mais próxima e mais real contém, em média, cinco melhores amigos. Aqueles reais de carne e osso. E não aqueles 700 ou 800 e tal que guarda nas redes sociais e que, se for preciso, ou nem conhece ou então conhece mas se não estiverem para aí virados passam por si na rua e viram-lhe a cara.